sábado, 22 de dezembro de 2012

PRT Manuel Serifo Nhamajo reúne-se com a delegação conjunta da Comunidade Internacional de visita ao país


PRT cumprimenta a delegação da comunidade internacional
Bissau (Gabinete de Imprensa da Presidência da República, 20 de Dezembro de 2012) – A delegação conjunta da Comunidade Internacional constituída pelas Nações Unidas, União Europeia, CPLP, União Africana e CEDEAO, manteve um encontro de trabalho esta quinta-feira, 20 de Dezembro de 2012, com o Presidente da República de Transição.
O encontro que só pecou pela tardia, permitiu ao Manuel Serifo Nhamajo exprimir-se pela primeira vez desde o golpe de estado de 12 de Abril passado, perante as delegações das organizações parceiras da Guiné-Bissau num mesmo palco, como este em Bissau.
O PRT aproveitou a ocasião e, fez uma resenha histórica dos conflitos armados e vários crimes que ocorreram no país, nomeadamente os assassinatos de figuras políticas e militares, casos que inegavelmente marcaram de forma negativa o desenvolvimento sócio, político e económico do país.
Neste sentido explicou o PRT que, “reafirmo a minha posição em relação às quaisquer iniciativas que apontam pela inversão do poder por via das armas, às quais sou e serei literalmente contra, pois os meus 18 anos passados como deputado da nação, fizeram de mim, um acérrimo defensor da legalidade”.
Na perspectiva de Manuel Serifo Nhamajo, “algumas das causas que poderão estar na origem de levantamentos militares cíclicos na Guiné-Bissau, terão a ver com o abandono das Forças Armadas à sua sorte, com casernas em ruínas e, os quartéis sem água potável e luz eléctrica, o que faz com que os nossos militares vivam em autentica miséria e, a isso podemos juntar a falta de uma orientação republicana ao nosso sistema de segurança. Pior que tudo isso é que, vivemos num país onde a justiça não funciona, o que leva a que, os cidadãos fazem-na com as próprias mãos”.
Manuel Serifo Nhamajo lançou, por outro lado, um apelo à delegação presente, no sentido de “os seus integrantes sensibilizarem as suas organizações, por forma a apoiarem o processo das reformas nos sectores da defesa e segurança e, ajudarem a organizar o processo eleitoral, de maneira a torná-lo o mais transparente e credível possíveis”.
No meio de um extenso improviso, o PRT revelou que, “propus a possibilidade de adoptarmos um pacto de regime, o que faria com que o partido que vier a ganhar as próximas eleições, governe com a participação de todas as forças vivas do país”.
A terminar, o PRT pediu que, “a comunidade internacional nos ajude a encontrar uma agenda de transição séria que, possa assim evitar conflitos no futuro”.
Sem menor dúvida, a exposição detalhada feita por Manuel Serifo Nhamajo ilustrou de maneira esclarecedora sobre a situação actual que o país atravessa. Elogiou os esforços da CEDEAO que, desde os primeiros momentos do golpe de estado de 12 de Abril, se colocou no terreno, facto que o ajudou a compreender melhor a verdadeira situação da Guiné-Bissau, o que lhe permitiu conduzir o processo do conflito, adaptando-o às realidades vigentes e, com isso, evitar mais derramamentos de sangue.
Neste quadro disse o PRT, “saúdo a iniciativa humanitária da CEDEAO que, logo depois do golpe de estado, conseguiu resgatar das prisões o ex-presidente da República interino, Raimundo Pereira e o ex-Primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior”.
A reacção dos membros da delegação conjunta da comunidade internacional não se fez esperar, o seu porta-voz e o chefe da delegação mostrou-se satisfeito do que ouviu do Presidente Serifo Nhamajo.
El-Ghassim Wane, Director para a Paz e Segurança na União Africana disse que, “era importante ouvirmos os diferentes actores da Guiné-Bissau, mais do isso, é evidente e extremamente importante ouvir o Presidente da República e, isso permitiu-nos saber das suas perspectivas por isso, partirmos daqui com uma noção clara sobre os problemas da Guiné-Bissau, os quais transmitiremos fielmente junto das nossas respectivas organizações”.
Para terem uma ideia, “discutimos sobre a transição, sobre as reformas nos sectores da defesa e segurança e sobre as eleições enfim, discutimos sobre os diferentes processos que constituem desafios a curto, médio e a longo prazos com que a Guiné-Bissau é confrontada e, seguramente o país necessita de apoios da comunidade internacional para fazer face à esses desafios”.
Adiantou ainda El-Ghassim Wane, “seguimos com particular interesse o processo de transição em curso na Guiné-Bissau, a nossa presença aqui justifica isso mesmo, queremos melhor compreender a situação e ajustar de forma harmonizada, as acções quer da União Africana, da CEDEAO, da CPLP, das Nações Unidas e da União Europeia, para assim, enquanto parceiros da Guiné-Bissau, podermos ajudar este país a sair da crise”.
Antes, a delegação conjunta da comunidade internacional manteve encontros idênticos de auscultação, com o Parlamento, o Governo, o Estado Maior General das Forças Armadas, Partidos políticos com e sem assento parlamentar, as autoridades religiosas e tradicionais e a sociedade civil, tudo isso permitiu à delegação recolher informações pertinentes sobre a verdadeira situação da Guiné-Bissau que se caracteriza por uma absoluta normalidade.

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