sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Partidos da Guiné-Bissau divergem quanto a eleições em 2013 ou 2014



Empossamento de Governo da Transição - 23 de Maio de 2012
Segundo Florentino Pereira, secretário-geral do Partido da Renovação Social (PRS), são estas e outras questões sobre o período de transição que estão no centro das discussões na reunião convocada pelo seu partido com todas as forças políticas do país.
Em Dezembro passado o novo presidente do PRS, Alberto Nambeia, fez uma série de reuniões de auscultações com todas as forças políticas e sociais do país e hoje juntou na mesma sala os partidos para debateram as opiniões que cada um defende sobre o período de transição.
As eleições gerais já não se realizam no mês de abril deste ano, tal como foi decidido na sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado, e consequentemente será prolongado o período de transição, divergindo as opiniões entre os partidos políticos, sindicatos, igrejas e organizações da sociedade civil.
“Naturalmente que cada partido político, cada entidade, emitiu a sua opinião. Quanto ao período de transição houve partidos que se pronunciaram para que seja prorrogado mais seis meses e outros que querem as eleições dentro de 18 meses”, disse Florentino Pereira.
A nova direção do PRS quer agora que haja um consenso “extraparlamentar” e só depois legitimar a decisão final no parlamento, fazendo com que sejam levadas em conta as opiniões de partidos sem representação parlamentar.
O secretário-geral dos renovadores guineenses diz que o que o seu partido procura é o consenso entre os partidos dentro da lógica das recomendações da comunidade internacional.
Questionado sobre qual é a opinião do PRS quanto à data para a realização de eleições gerais, Florentino Pereira afirmou ser prematuro revelar. Mas considera necessária uma remodelação do atual governo de transição, embora realce ser da competência do Presidente de transição.
“O nosso partido entende ser necessário dar uma nova dinâmica ao executivo. Isto pode passar pela remodelação governamental”, observou o secretário-geral dos renovadores.
GBISSAU

Conferência do Instituto BENTEN vai estudar possibilidades da economia da Guiné-Bissau



Paulo Gomes, Economista guineense e fundador do Instituto BENTEN
  • O encontro vai atraír a Bissau importantes figuras da economia e finanças do mundo
  •   Vai realizar-se em Bissau no próximo mês de Fevereiro uma conferência económica sobre a Guiné Bissau que deverá atrair aquela cidade importantes figuras do mundo económico e político.
A conferência é iniciativa do recém-criado instituto BENTEN, fundado e liderado pelo guineense Paulo Gomes, ex-quadro sénior do Banco Mundial, cujas funções mais recentes se assentam no cargo do Director Executivo do Banco de Desenvolvimento Oeste Africano para 24 países africanos.
O Fórum Económico Bissau 2013 vai realizar nos próximos dias 1 e 2 de Fevereiro. Espera-se a presença de proeminentes personalidades africanas ou ligadas ao mundo da economia, entre as quais, o ex-presidente Nigeriano Olesegum Obasanjo, Eric Guichard, Director Geral de Gravitas Capital, em Washington, e Joe Trippi, Ex Conselheiro de Obama e Howard Dean.
Presentes estarão também dirigentes do banco da CEDAO e de outras instituições financeiras.
Paulo Gomes disse que o objectivo da conferência é “criar as bases de uma reflexão sobre a evolução da economia da Guiné Bissau e de uma forma consensual delinear as vias possíveis” para transformar a economia guineense.
“Penso que devemos pensar numa estratégia (económica) sem complexos e sem tabus para podermos maximizar as oportunidades da Guiné,” disse o economista que acrescentou que o objectivo é trazer economistas e financeiros para “verem a realidade, os nossos desafios, aquilo que faz a nossa má reputação verem as nossas oportunidades”.
Para isso, disse, é preciso também ter “uma discussão franca sobre os desafios de natureza política e de segurança a que o país face”.
GBISSAU

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: Cerca de trinta despachantes suspensos das suas funções


Bissau – Com efeito de execução imediata, 29 despachantes nacionais, de entre os quais despachantes oficias, ajudantes despachantes e caixeiros despachantes, foram suspensos do exercício das suas funções e viram barrado o acessos ao Sistema Aduaneiro Automatizado em todas instituições aduaneiras da Guiné-Bissau.
De acordo com o despacho do Ministro das Finanças de Governo de transição, Abubacar Demba Dahaba, datado de 29 de Janeiro, os despachantes em causa já vinham sendo alvo de denúncias de fraude fiscal junto do Ministério Público guineense, no período entre 2007 e 2008, na sequência de procedimentos criminais contra alguns funcionários da Direcção-geral das Alfandegas.

Tendo igualmente o Ministério Público feito a acusação definitiva dos processos de que são incriminados, o ministro das Finanças disse ter agido em conformidade com o estipulado no artigo 6.º do Estatuto disciplinar de funcionários da administração central, local e regional, aprovado pela Lei número 9/97, de 2 de Dezembro.

Assim, o referido grupo fica suspenso das suas atividades laborais em todo território nacional, até a decisão de absolvição ou condenação pela justiça guineense.

A medida já é do conhecimento da Direção-geral das Alfândegas, do Ministério do Comércio, das próprias Associação de despachantes e da Camara de Comercio, Industria, Agricultura, Comércios e Serviços.

PNN

Guiné-Bissau perde 17 posições em ranking mundial de liberdade de imprensa



Organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras
  • Guiné-Bissau ocupa agora posição 92 na lista dos 179 países
Paris (GBissau.com, 30 de Janeiro de 2013) – A Guiné-Bissau perdeu dezassete (17) posições no ranking mundial de liberdade de imprensa de 2013 publicado esta quarta-feira, 30 de Janeiro, pela organização não-governamental Repórteres sem Fronteiras, que tem sede em Paris, na França.
Mapa da Liberdade de Imprensa no Mundo
Mapa da Liberdade de Imprensa no Mundo
De acordo com o levantamento, a Guiné-Bissau passou da 77ª posição em 2012 para a 92ª posição da lista, que é composta por 179 países.
Os elementos analisados para avaliar o grau de liberdade dos veículos de imprensa são entre outros, a violência contra jornalistas até a legislação do sector da comunicação social. As perdas drásticas das posições da Guiné-Bissau são justificadas pelo derrube do governo pelo exército depois da primeira volta das eleições presidenciais e a consequente censura imposta aos meios de comunicação.
Os Repórteres sem Fronteiras citam os casos da expulsão do Jornalista e Chefe da delegação da RTP na Guiné-Bissau, Fernando Gomes. Um outro caso citado é a prisão e o espancamento do bloguista António Aly Silva, no dia 13 de Abril, um dia após o golpe de estado de 12 de Abril.
Durante esse período, os Repórteres sem Fronteiras alegam que “qualquer um contrariando as ordens [das autoridades] teria sido exposto a represálias severas ou teria que entrar num esconderijo”. A organização também cita o caso da ocupação das instalações da Rádio estatal (RDN), por parte dos soldados guineenses
“O golpe de 12 de Abril provocou sérias restrições à liberdade de jornalistas … e todas as estações da rádio e TV foram fechadas, seguido de controlo militar sobre o conteúdo das informações veiculadas”, escreve a ONG.
A Guiné-Bissau ficou atrás ainda de Timor Leste (90º), da Moçambique (73º), e de Cabo Verde (25º). Mas, apesar do retrocesso, a Guiné-Bissau continua à frente de Angola (130º). São Tomé e Príncipe não consta da lista.
Entre os africanos, o país com a melhor colocação é a Namíbia (19º), seguido de Cabo Verde (25º), Gana (30º), Níger (43º) e Burkina Faso (46º).
Finlândia, Holanda e Noruega que lideravam o ranking de 2012, como os três países que mais respeitam a liberdade de imprensa no mundo, mantiveram suas posições na lista de 2013. Turcomenistão, Coreia do Norte e Eritreia também mantêm as mesmas colocações, como as nações que menos respeitam a liberdade de imprensa no mundo.
De acordo com a avaliação da organização Repórteres sem Fronteiras, o ranking de 2013 foi menos influenciado pelas revoltas árabes, já que considerou menos critérios ligados à actualidade política.
GBISSAU

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau reinicia, 36 anos depois, exportação de amendoim


Um grupo de empresários chineses está a trabalhar com uma empresa guineense para voltar a comprar toda produção de amendoim da Guiné-Bissau, disse na terça-feira Botche Candé, administrador da empresa Cuba Limitada.

De acordo com Botché Candé, ministro do Comércio no governo deposto em Abril passado, a intenção da sua empresa é retomar a exportação de amendoim interrompida há 36 anos.

Tendo como compradores empresários chineses que já se encontram no país, a empresa do antigo ministro pretende comprar de imediato quatro mil toneladas de amendoim, quantidade que o próprio Botché Candé reconhece ser difícil de atingir.

No ano passado, Guiné-Bissau foi grande exportador de amendoim, tendo inclusive, em 1980, exportado para vários países do mundo, 25 mil toneladas do produto. Nos últimos anos, com o cultivo acentuado do cajú, o país deixou de produzir outras culturas.

A partir dos anos 90 do século passado, o cajú passou a ser o principal produto de exportação da Guiné-Bissau. Em 2010, o país exportou cerca de 180 mil toneladas, tendo rendido 156 milhões de dólares aos cofres do Estado, indicam dados do Governo.

A última colheita de cajú foi substancialmente mais fraca e houve dificuldades de exportação, devido ao golpe de Estado e à baixa de preço do produto no mercado internacional.
O grupo chinês que agora pretende comprar o amendoim guineense e visa, no futuro, abrir uma unidade de processamento do produto no país com o qual vai empregar 200 pessoas, disse Botché Candé.
-- Angop

Guiné-Bissau: Comunidade internacional não pode abdicar de apoiar o país - ex-ministra da Justiça


Lisboa, 30 jan (Lusa) -- A crise na Guiné-Bissau deve ser resolvida internamente, mas a comunidade internacional não pode abdicar de apoiar a realização de eleições e uma futura reforma das forças armadas, defende uma ex-ministra da Justiça guineense.
Numa altura em que ainda é incerto um financiamento internacional às eleições na Guiné-Bissau, em período de transição desde o golpe de Estado de 12 de abril de 2012, a ex-ministra da Justiça Carmelita Pires frisa, em entrevista à agência Lusa, em Lisboa, que a comunidade internacional "tem de saber" que "a Guiné-Bissau não pode, neste momento, fazer nada que não seja com um apoio muito sério".
O acordo de transição na Guiné-Bissau, assinado em maio de 2012, previa a realização de eleições no prazo máximo de um ano e Carmelita Pereira, advogada de formação, não admite sequer a possibilidade de a comunidade internacional ignorar os apelos financeiros para a sua realizaçao

Angola, Nigéria, CPLP e Guiné Bissau


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Na recente reunião da União Africana (UA), onde o presidente etíope recebeu a presidência rotativa da Comunidade, a problemática Guiné-Bissau foi abordada com o previsível confronto entre duas potências regionais com interesses não só na região como na projecção da sua influência: Nigéria e Angola.

Por Angola esteve presente o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, que, segundo o África 21 Digital, terá afirmado que as reuniões, entre Angola, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), com a Nigéria à cabeça, e os restantes PALOP, devido à situação política na Guiné-Bissau, teriam sido acaloradas.
De acordo com o embaixador Manuel Augusto, houve - há - vontade da CEDEAO em forçar a UA levantar as sanções contra a Guiné-Bissau porque, segundo os nigerianos, "a situação já está normalizada e que há um governo de transição inclusivo", fazendo, provavelmente, um paralelo com a situação do Mali que, também estes, foram alvo de dois Golpes de Estado e acabaram por ser "aceites" pela UA.
Segundo Manuel Augusto parece que Angola e os restantes PALOP conseguiram fazer valer os seus argumentos no que foram seguidos por outros países.
Houve, nesta reunião, uma clara tentativa de marcar posições dentro do panorama político africano, nomeadamente, na África Ocidental, com particular enfoque no Golfo da Guiné, quer por parte da Nigéria - aproveitando os recentes encontros do seu presidente em Davos - como por parte de Angola, potência emergente que prefere mandar outros aos encontros presidenciais e ministeriais, que o seu presidente, ora, legitimamente eleito (recordo que há uns anos, havia um país europeu onde o seu Presidente do Conselho era conhecido por "ter ido" - sem ninguém o ter visto - ou por nunca ir: e este tinha tomado o Poder...).
Por outro lado, a actual situação do Mali veio, uma vez mais, pôr em evidência as carências político-militares dos africanos. Só depois da intervenção armada francesa é que a Afisma, ("African-led International Support Mission to Mali" - força africana de cerca de 3464 soldados da CEDEAO), prevista após a Resolução 2085, da ONU, começou a chegar ao País.
Uma força similar à que deveria entrar na Guiné-Bissau para regularizar a situação militar dos Bissau-guineenses. E do que se conhece só ainda lá estão algumas centenas de militares nigerianos além das visitas regulares de superiores hierárquicos militares senegaleses, outros interessados no actual status quo da Guiné-Bissau e que se mantém calados!
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Pravda.ru


terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: Chefe das Forças Armadas do Senegal termina visita ao país


Bissau – O Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal termina, esta terça-feira, 29 de Janeiro, a sua visita de dois dias à Guiné-Bissau.
Convidado pelo homólogo guineense, António Indjai, o Chefe do Estado Maior-general das Forças Armadas do Senegal, Mamadu Sow, visitou unidades militares no país e o contingente militar do Senegal em Bissau, que integra um total de 200 homens, no âmbito da ECOMIB (Força de alerta da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental
– CEDEAO).

Nesta sequência da ECOMIB, os médicos militares senegaleses estão a efectuar consultas no Hospital Militar de Bissau, enquanto os engenheiros aguardam pelo início das obras de reparação de quartéis, que se encontram num estado avançado degradação.

Durante a sua estadia em Bissau, espera-se um esclarecimento sobre a participação do país na Missão Internacional de Apoio ao Mali (MISMA) onde cerca de 120 militares guineenses se encontram acantonados na Base Área de Bissau, nos arredores da capital.

O assunto tem gerado controvérsia entre as autoridades militares, que afirmavam que os soldados guineenses iriam participar na guerra do Mali mas sob o comando senegalês, enquanto recentemente Serifo Nhamadjo, de regresso da cimeira extraordinária da CEDEAO em Abidjan, afirmou que a Guiné-Bissau não iria enviar soldados para o Mali, por falta de meios financeiros.

PNN

Ban Ki-moon satisfeito com coordenação entre parceiros internacionais


Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU
  O secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou-se hoje (segunda-feira) satisfeito com a actual “coordenação de esforços” entre os parceiros internacionais para a Guiné-Bissau.
Depois de meses de divergências públicas entre a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Comunidade Económica dos Estados da da África Ocidental (CEDEAO), estas organizações, a União Africana e a União Europeia, estão agora a “coordenar os seus esforços sobre a Guiné-Bissau e a apelar a um roteiro de transição para o regresso à ordem constitucional no país”.
Em conferência de imprensa à margem da cimeira de chefes de Estado da União Africana, o secretário-geral da ONU afirmou estar “satisfeito” com a coordenação para o país lusófono, um dos vários no continente africano a que se referiu.
No último relatório sobre a situação na Guiné-Bissau, Ban apelou ao diálogo entre todas as partes para acordar um roteiro de um “período de transição” que inclua a realização de eleições e um consenso alargado sobre um conjunto de reformas para reforçar a estabilidade política e social.
Quase um ano depois do golpe de Estado de Abril de 2012, em que altos oficiais guineenses depuseram as autoridades eleitas, Ban Ki-moon considerou de “grande preocupação” a “contínua falta de controlo e supervisão civil sobre as forças de segurança e defesa e tentativas insistentes de alguns políticos para manipular os militares para benefícios sectários”.
Estas tentativas “minam o funcionamento eficaz das instituições estatais e sublinham a necessidade urgente de mudar radicalmente a forma como a política é conduzida no país, bem como o imperativo da reforma dos sectores de segurança e justiça”, escreveu Ban Ki-moon.
Além de execuções e buscas domiciliárias extrajudiciais, há relatos de ameaças, raptos e espancamento de políticos, depois abandonados nos arredores da capital, por indivíduos que usam uniformes militares ou roupas civis.
“Estas violações de Direitos Humanos não devem ser toleradas. Apelo, portanto, às autoridades de facto na Guiné-Bissau para que actuem de maneira lesta para combater a impunidade e promover a justiça”, destacou.
O relatório surge numa altura em que é rendido o número um do gabinete da ONU em Bissau (UNIOGBIS), iniciando funções em Fevereiro o Prémio Nobel timorense José Ramos-Horta.
O mandato da UNIOGBIS cessa a 28 de Fevereiro de 2013, tendo de ser agora renovado pelo Conselho de Segurança, o que o secretário-geral recomenda.
Dado que Ramos-Horta está em início de mandato e a fazer uma avaliação da situação no terreno, com base na qual Ban Ki-moon irá fazer um conjunto de recomendações para ajustar o mandato da UNIOGBIS, o secretário-geral recomenda uma extensão por apenas três meses, até 31 de Maio.
Em entrevista telefónica à Lusa a propósito da cimeira da União Africana (UA), que hoje termina em Addis Abeba, Ramos-Horta disse que parlamentares guineenses estão a preparar um roteiro sobre os passos a dar até às eleições, que deverá ser apresentado até à cimeira da CEDEAO, no final de Fevereiro.
“Espera-se um roteiro contendo os passos a dar e o calendário sobre as eleições”, disse.
Segundo o responsável, esta é a principal conclusão da reunião de Addis Abeba, que abordou à margem a questão da Guiné-Bissau, mas tinha a situação do Mali como questão central.
ANGOP

Guiné-Bissau: Ramos-Horta está optimista



José Ramos Horta, antigo Presidente da República de Timor-Leste
O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, afirmou ontem (domingo), em Addis Abeba, que a situação política na Guiné-Bissau evoluiu positivamente nos últimos tempos e o país pode, se quiser, realizar eleições no final deste ano.
Ramos-Horta falava à imprensa angolana à margem da cimeira da União Africana que arranca hoje na capital etíope. Disse que com diálogo, é possível estabelecer a paz e estabilidade e realizar eleições na Guiné-Bissau. Sublinhou, no entanto, que as eleições só têm lugar se e quando os próprios guineenses decidirem. “A comunidade internacional apenas vai apoiar do ponto de vista financeiro”, acrescentou.
Ramos-Horta, que chega a Bissau no dia 12 de Fevereiro para dar início aos contactos que visam pôr fim à instabilidade naquele país, promete fazer tudo para que as Nações Unidas mobilizem os recursos para a realização de eleições no tempo adequado e depois de ouvidas todas as partes. “Queremos que as eleições sejam históricas e abram as portas para o futuro da Guiné-Bissau”, disse. Apesar de ainda não se encontrar no terreno, disse ter boas informações sobre a situação no país: “a informação que tenho sobre a Guiné-Bissau é já do domínio público, sobretudo da parte do representante especial da União Africana, o senhor Ovídeo Pequeno, de que a situação política evoluiu positivamente. Há um clima de diálogo envolvente, que inclui o PAIGC, para um novo acordo mais abrangente”, indicou.
Ramos-Horta garantiu que vai partir para Bissau com muita paciência, para iniciar contactos com todos, desde as autoridades do país, os partidos políticos, a sociedade civil, as chefias das Forças Armadas e as representações diplomáticas dos países da África Ocidental, para que juntos encontrem o consenso nacional. “Queremos que este ano possamos dizer que a Guiné-Bissau saiu de uma crise de quase duas décadas”.
José Ramos-Horta disse que o povo da Guiné-Bissau “está cansado” e os militares também querem ver as suas vidas, no plano profissional e pessoal, normalizadas e com dignidade. “Eles querem ver reorganizadas as Forças Armadas, como afirmou o próprio general António Indjai, que vê na modernização das Forças Armadas uma prioridade”, observou.
O representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau sublinhou que isso só é possível num quadro político-constitucional democrático que tenha o apoio da comunidade internacional.
ANGOP

A Guiné Bissau espera muito de seus cônsul honorários” – Faustino Fudut Imbali



Faustino Fudut Imbali, ministro dos Negócios Estrangeiros, da Cooperação internacional e das Comunidades (NECIC) | Foto Arquivo
  O ministro guineense dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades Faustino Fudut Imbali, disse segunda-feira que a Guiné Bissau espera muito dos seus cônsuls honorários um papel mais ativo na informação e divulgação da situação real do país e das suas potencialidades.
Imbali se exprimia no ato de abertura da primeira conferência de representantes consulares decorrida em Bissau.
“Esta última evolução da situação política do país é demonstrativa do consenso ao nível interno sobre a situação vigente e a forma como deve decorrer o retorno à normalidade constitucional na Guiné Bissau, espaço político saudado pela comunidade internacional”, afirmou.
“É neste contesto que o país espera muito de seus cônsuls honorários um papel mais ativo na informação e divulgação da situação real do país e das suas potencialidades. O país dispõe de comunidades guineenses cada vez mais em número maior e espalhados por diversos países de acolhimento onde não existe representação diplomática ou consular da Guiné Bissau, justificando, por isso, maior empenho de cônsuls honorários”, rogou.
RSM

Retrospectivas da Semana do Jornal Nô Pintcha



Jornais da Guiné-Bissau

  • Serifo Nhamajo ergue bandeira pa reconciliação e da paz
  • Serifo Nhamajo e Rui Duarte de Barros galardoados com título Honoris causa
  • Balão de oxigénio: Cinco organizações nacionais beneficiam de financiamento do PNUD

Serifo Nhamajo ergue bandeira pa reconciliação e da paz
Bissau (Jornal Nô Pintcha, 25 de Janeiro de 2013) -  O jornal Nô Pintcha,trouxe sexta-feira, 25 de janeiro na capa, o título “Serifo Nhamajo ergue bandeira pa reconciliação e da paz”.
De acordo com esse semanário do Governo, o presidente da República de Transição afirmou que as autoridades de transição não estão em condições de fazer tudo o que é urgente, mas vão criar as bases para que o Governo e o chefe de Estado provenientes das próximas eleições, possam ter orientações claras e necessárias para a governação do país.
Nhamajo falava aquando da sua recente estada na região de Bafatá, no âmbito da segunda etapa da sua presidência aberta, entre os dias 20, 21 e 22 do corrente.
A mensagem que vos trouxe, se dizia Manuel Serifo Nhamajo, é da paz, entendimento, harmonia, tranquilidade e de unidade nacional. Ele ainda fez saber que a Guiné Bissau não pode avançar enquanto os guineenses não se respeitarem uns aos outros.
No artigo, que cobre duas páginas enfeitadas com fotografias, Nhamajo, que se fazia acompanhar da esposa, Isolina Nhamajo, do CEMGFA e ministros, destacou também que “não existe o nepotismo na política, mas há sim o saber fazer”.

Nô Pintcha: Serifo Nhamajo e Rui Duarte de Barros galardoados com título Honoris causa
Num outro título, na terceira página, o Nô Pintcha refere que o PRT Serifo Nhamajo e o primeiro-ministro de transição, Rui Duarte de Barros, foram galardoados no passado dia 18 deste mês, com o título Honoris causa pelos seus respetivos desempenhos a favor da paz e estabilidade neste processo de transição de pôs-golpe de Estado na Guiné Bissau.
A iniciativa, avança o jornal, intitulada “Transição Sem Sangue”, foi protagonizada por três instituições internacionais, nomeadamente a International Human Rights Commission, o Parlamento Mundial para a Paz e Segurança e a International Diplomatic Cooperation, vulgo INTERDIPCO, que se encontravam no país desde 14 de janeiro.
Pela ocasião da entrega do galardão, o embaixador paquistanês e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do seu país, Muhammad Shid Amin Khan, que preside a Human Rights Commission, justificou a atribuição do título Honoris causa as duas personalidades guineenses como um ato de reconhecimento pelos seus empenhos nesta transição política na Guiné Bissau.
As três organizações internacionais, insiste ainda o Nô Pintcha, “têm apreciado a evolução da situação nos últimos tempos na Guiné Bissau” pelo que o diplomata paquistanês assegurou “que as três instituições pretendem mesmo jogar um papel forte no resgate da imagem do país e dos guineenses no exterior”. política.
Nô Pintcha: Balão de oxigénio: Cinco organizações nacionais beneficiam de financiamento do PNUD
Cinco organizações da Guiné Bissau beneficiaram de financiamento do Programa das Nações Unidas para o Desemvolvimento(PNUD) no quadro de cumprimento de três objetivos de desenvolvimento do milénio, escreve esse semanário na sua edição número 2223, de 25 de janeiro findo.
Esses três objetivos são, nomeadamente o combate à pobreza extrema e à fome, a igualdade e equidade de género e a sustentabilidade do meio ambiente.
O PNUD, através do seu oficial de programa Ousmane Coulibally, assinou o protocolo de acordo de financiamento no dia 24 de janeiro e as cinco organizações que vão beneficiar são, designadamente a NUNATIS, NADEL, ANCOPE-GB, ASV-CPLP e a Intervenção Feminina, regista o Nô Pintcha na sua última página.
O financiamento visa capacitar essas organizações e garantir-lhes apoio das suas atividades na esteira das metas traçadas pelas Nações Unidas.
GBISSAU

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Cônsules Honorários da Guiné-Bissau reunidos em Buba

Bissau - A primeira Conferência de Cônsules da Guiné-Bissau realiza-se na cidade de Buba, região de Quinara, sul do país, entre 28 e 30 de Janeiro.
O «encontro de Buba» é promovido pelo Governo de transição, que pretende informar-se da situação de representação do país no exterior, bem como ouvir as dificuldades com que se têm deparado os cônsules guineenses.

Durante três dias vão estar em dissuasão, de entre outros temas, a diplomacia guineense no mundo globalizado, a Guiné-Bissau presente e perspetiva do futuro, a tutela do estrangeiro na ordem jurídica guineense e as oportunidades de investimento na Guiné-Bissau.

Os trabalhos terminarão com visitas a algumas localidades do interior do país, nomeadamente à cidade de Buba, cidade de Cachéu e Quinhamel, os dois últimos na zona norte do país.

O Ministro dos Negócios Estrangeiro do Governo de transição,
Faustino Fudut Imbali, vai presidir à cerimónia de abertura do encontro.

PNN

domingo, 27 de janeiro de 2013

Ramos Horta acredita em eleições na Guiné-Bissau até ao fim do ano



Adis Abeba - O representante da Organização das Nações Unidas (ONU) junto da Guine Bissau, José Ramos Horta, disse hoje, sábado, em Adis Abeba, acreditar que as eleições, para pôr fim a crise política naquele país deverão ocorrer até final deste ano.
 
Em declarações a jornalistas na capital etiope, a um dia da 20ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, Ramos Horta, disse ter informações que a situação política evoluiu positivamente, havendo um clima de diálogo, envolvente para um acordo abrangente.
 
«Em primeiro lugar devem ser os irmãos da Guine Bissau a decidirem se existem condições ou não para realizar eleições», declarou.
 
Garantiu que a ONU fará tudo para mobilizar recursos para apoiar a realização de eleições, no tempo adequado, depois de ouvidas todas as partes e desde que hajam garantias de o pleito abrir “as portas para o futuro da Guine Bissau”.
 
Anunciou que chegará a Bissau a 12 de Fevereiro e promete, com “muita Paciência”, iniciar contactos com as autoridades governamentais, partidos políticos, mas também trabalhando com a sociedade civil e as forças armadas para juntos encontrar o consenso nacional, para que o país ainda este ano possa sair da crise, de quase duas décadas.
 
Diz que será necessária muita paciência e tempo para dialogar com todos sem excepção, porque todos estão cansados e querem ver as suas vidas nos planos profissional e pessoal normalizada e com dignidade.
 
Apontou ainda como prioridade a reorganização e modernização das forças armadas, de acordo com a vontade dos guineenses, mas que só é possível num quadro politico constitucional, democrático, que terá o apoio da comunidade internacional.

angop

Morreu fundador do partido Resistência da Guiné-Bissau


"Morreu um dos lutadores para afirmação da Democracia na Guiné_Bissau, infelizmente nunca chegou a ver o poder do povo respeitado na sua Pátria, morreu com a dor de deixar a sua Guiné sem Democracia. Rui sá"
O fundador do partido Resistência da Guiné-Bissau (RGB, Movimento Bâ Fatá), Domingos Fernandes, morreu este sábado em Lisboa, vítima de doença, disse à agência Lusa fonte partidária em Bissau.

De acordo com a fonte, Domingos Fernandes, que se encontrava em tratamento médico num hospital na capital portuguesa, esteve em coma induzida nos últimos três dias, "mas hoje acabou por falecer".
Médico de profissão formado em Itália, Domingos Fernandes fundou em 1986, em Portugal, a RGB - Movimento Bâ Fatá, aquele que é considerado o primeiro partido da oposição democrática ao Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Após a abertura política do país ao sistema multipartidário, Domingos Fernandes encabeçou as listas da RGB nas primeiras eleições gerais, tendo ficado na terceira posição, com 17,4% dos votos, e alcançado 18 deputados no Parlamento.
A RGB tornou-se assim na terceira força mais representativa atrás do PAIGC e do Partido da Renovação Social (PRS).
Nos últimos anos, a RGB tem vivido crises internas, facto criticado por Domingos Fernandes, que insistia em apelar à reconciliação daquilo a que chamava de "grande família Bâ Fatá".
Nos últimos tempos residia praticamente em permanência em Portugal, o que fez com que a sua atividade política no país fosse invisível.
Homem ligado à Igreja Católica, Domingos Fernandes era um orador eloquente e, nas palavras de um antigo colega de partido, "um profundo democrata".