terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Guiné-Bissau: Ramos-Horta está optimista



José Ramos Horta, antigo Presidente da República de Timor-Leste
O representante das Nações Unidas na Guiné-Bissau, José Ramos-Horta, afirmou ontem (domingo), em Addis Abeba, que a situação política na Guiné-Bissau evoluiu positivamente nos últimos tempos e o país pode, se quiser, realizar eleições no final deste ano.
Ramos-Horta falava à imprensa angolana à margem da cimeira da União Africana que arranca hoje na capital etíope. Disse que com diálogo, é possível estabelecer a paz e estabilidade e realizar eleições na Guiné-Bissau. Sublinhou, no entanto, que as eleições só têm lugar se e quando os próprios guineenses decidirem. “A comunidade internacional apenas vai apoiar do ponto de vista financeiro”, acrescentou.
Ramos-Horta, que chega a Bissau no dia 12 de Fevereiro para dar início aos contactos que visam pôr fim à instabilidade naquele país, promete fazer tudo para que as Nações Unidas mobilizem os recursos para a realização de eleições no tempo adequado e depois de ouvidas todas as partes. “Queremos que as eleições sejam históricas e abram as portas para o futuro da Guiné-Bissau”, disse. Apesar de ainda não se encontrar no terreno, disse ter boas informações sobre a situação no país: “a informação que tenho sobre a Guiné-Bissau é já do domínio público, sobretudo da parte do representante especial da União Africana, o senhor Ovídeo Pequeno, de que a situação política evoluiu positivamente. Há um clima de diálogo envolvente, que inclui o PAIGC, para um novo acordo mais abrangente”, indicou.
Ramos-Horta garantiu que vai partir para Bissau com muita paciência, para iniciar contactos com todos, desde as autoridades do país, os partidos políticos, a sociedade civil, as chefias das Forças Armadas e as representações diplomáticas dos países da África Ocidental, para que juntos encontrem o consenso nacional. “Queremos que este ano possamos dizer que a Guiné-Bissau saiu de uma crise de quase duas décadas”.
José Ramos-Horta disse que o povo da Guiné-Bissau “está cansado” e os militares também querem ver as suas vidas, no plano profissional e pessoal, normalizadas e com dignidade. “Eles querem ver reorganizadas as Forças Armadas, como afirmou o próprio general António Indjai, que vê na modernização das Forças Armadas uma prioridade”, observou.
O representante das Nações Unidas para a Guiné-Bissau sublinhou que isso só é possível num quadro político-constitucional democrático que tenha o apoio da comunidade internacional.
ANGOP

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