sexta-feira, 16 de novembro de 2012

“PAIGC é a formação política que cria problemas para país, porque tem a maioria qualificada no parlamento” – Kumba Ialá


Kumba Ialá, Líder do PRS
Bissau (Rádio Bombolom-FM, 16 de Novembro de 2012) – PAIGC é aformação política que cria problemas para país, porque tem a maioria qualificada no parlamento, dizia ontem, quarta-feira, Kumba Ialá à imprensa depois da entrega da sua candidatura ao 4º congresso do PRS.
“É o PAIGC com 67 deputados que cria sempre problemas no país, nós o PRS temos só 28 deputados não podemos criar problemas, até pode votar uma lei ditatorial com 68 deputados.
PRS não tem nenhum candidato adversário, o único adversário que tinhamos no passado é o general Nino Vieira, através do seu prestígio guerrelheiro e o chefe de estado que comandou o país ao longo dos anos com prestígio. Neste momento não tenho nenhum adversário capaz de me resistir”, disse Ialá.GBISSAU

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Guiné-Bissau: Líder da AD descorda da prorrogação da VIII Legislatura



Bissau – O líder da Aliança Democrática (AD), Victor Mandinga, discordou da eventual votação de prorrogação da presente Legislatura pelos deputados de Assembleia Nacional Popular (ANP), que se encontram reunidos entre 15 de Novembro e 15 de Dezembro.
Falando aos jornalistas, Victor Mandiga é de opinião que deve haver reformas no aparelho do Estado antes que se decida a prorrogação da presente legislatura.

«Não faz sentido haver prorrogação da legislatura se não for entendido o objetivo programático das reformas na legislação e como este Governo vai implementar as mesmas na função pública, nas Forças Armadas e na Educação», defendeu Victor Mandiga.

O líder da AD sustentou que, caso contrário, daqui a dois anos vai haver um novo golpe de Estado na Guiné-Bissau e acusou o PAIGC e o PRS de não se interessarem nas Eleições Autárquicas.

A nível do sector judicial, Victor Mandinga fez duras críticas aos juízes e ao sistema judicial por falta de coerência e apelou aos magistrados a serem mais intervenientes para a moralização da sociedade.

«Quem é que não conhece os mandantes de crimes que ocorreram no país? Todos sabem mas qual foi o juiz que assumiu esta responsabilidade»,
Interrogou o líder da AD.

Em relação ao sistema político, Mandinga defendeu igualmente uma reforma no país, pedindo ao PRS de defenda as reformas profundas e deixe de lado as questões de posse de lugares na CNE e a Presidência da ANP.

«Se o acordo entre o PRS e PAIGC for no sentido de reformas, então o país vai encontrar o caminho de desenvolvimento. Caso contrário, em busca de lugares no aparelho de Estado, podemos dizer que de nada valeu o golpe de Estado de 12 de Abril», frisou.

Neste sentido, Victor Mandinga disse que não se pode continuar de golpe em golpe de Estado, como vem sendo prática de há alguns anos para cá.

«Não podemos continuar de transação em transição e de golpe em golpe de Estado. Assim, nunca mais resolvermos reais causas de crise no país», defendeu o responsável.

O Estado avançado de degradação em que se encontram algumas cidades do interior foi, de entre outros, um aspecto destacado pelo líder da AD. PNN

Guiné-Bissau: PAIGC propõe revisão constitucional à ANP


Bissau – O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) vai propor à Assembleia Nacional Popular (ANP) uma revisão constitucional com a finalidade de prorrogação dos mandatos dos deputados da ANP.
Segundo apurou a PNN junto de uma fonte partidária, trata-se de uma forma de evitar a subscrição à Carta de Transição Politica.

De acordo com a referida fonte, durante a sessão que teve início esta quinta-feira, 15 de Novembro, os deputados vão discutir e votar o projeto de prorrogação da VIII Legislatura, que termina a 22 de Novembro.

Em declarações a PNN, Rui Dian de Sousa, líder da bancada parlamentar do PAIGC, destacou o papel da ANP, considerando «especial» a sessão que agora começa.

«Esta é mais uma sessão para continuarmos a trabalhar com a mesma
Determinação», referiu Rui Dian de Sousa.

Interrogado sobre a Eleição do Presidente e do vice-Presidente da ANP, o líder da bancada do PAIGC disse que houve uma crise no país e é necessário sarar as feridas, encontrando soluções para a Guiné-Bissau.

Em relação à Eleição do Presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), Dian de Sousa disse que o partido está a trabalhar nesse sentido.

O responsável é de opinião que a sustentabilidade do funcionamento do período de transição passa pelo funcionamento normal da ANP.

De acordo com o previsto para esta sessão, os deputados vão votar o projeto das leis eleitorais, a prorrogação da presente legislatura, a eleição do Presidente da CNE, na sequência da morte de Desejado Lima da Costa, e a eleição do Presidente e vice-Presidente da ANP. PNN

Discurso do Presidente da República de Transição, Manuel Serifo Nhamajo, na abertura na Sessão N1/ VIIIª Ano Legislativo 2012/2013

PRT-discurso
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
O PRESIDENTE
DISCURSO
DE SUA EXCELENCIA SENHOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA DE TRANSIÇÃO
Na Abertura da Sessão N1/ VIIIª Ano Legislativo 2012/2013
Senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular
Senhor Primeiro Ministro
Senhora Presidente do Supremo Tribunal de Justiça
Senhor Procurador Geral da República
Senhores Membros de Governo
Estimados Deputados da Assembleia Nacional Popular
Senhor Chefe de Estado Maior General das Forcas Armadas
Senhores Conselheiros do Presidente da Republica
Senhores Embaixadores e Representantes de Organizações Internacionais
Distintos Convidados
Minhas Senhoras e Meus Senhores
Caros Compatriotas no País e na Diáspora
Estimados Deputados da Assembleia Nacional Popular
É com satisfação muito particular e com elevada honra que participo na abertura solene desta primeira Sessão da VIIIª Legislatura. Satisfação e elevada honra que resulta de ver justamente ultrapassadas as divergências que tendiam a bloquear o desejado andamento do processo de transição.
Senhores Deputados da Nação,
A 12 de Abril ultimo ocorreu um golpe de Estado do qual resultou a destituição do Presidente da Republica Interino e do Primeiro Ministro, facto que impõe um esforço de retorno à ordem constitucional e ao funcionamento normal das instituições.
A esse efeito refira-se que os números um e dois do art.º 71º da constituição guineense determina taxativamente que:
  1.  Em caso de ausência para o estrangeiro ou impedimento temporário, o Presidente da Republica será substituído interinamente pelo Presidente da Assembleia Nacional Popular
  2. 2.   Em caso de morte ou impedimento definitivo do Presidente da Republica, assumira as funções o Presidente da Assembleia Nacional Popular ou, no impedimento deste, o seu substituto até a tomada de posse do Presidente eleito
Recorde-se que com o falecimento do Presidente da Republica eleito em 2011, Malam Bacai Sanha, procedeu-se a sua substituição pelo então Presidente da Assembleia Nacional Popular, Dr. Raimundo Pereira que passou a Presidente da Republica Interino, nos termos dos cânones constitucionais guineenses atrás referidos.
Nas actuais circunstâncias, após o Golpe de Estado de 12 de Abril e com a devolução do poder ao Parlamento e aos partidos políticos, e em rigorosa observância dos mesmos preceitos constitucionais o Deputado e Presidente Interino da Assembleia Nacional popular, Manuel Serifo Nhamajo, se viu vinculado a substituir o Presidente da Republica Interino, Dr. Raimundo Pereira.
Pelo que não existem sérias razões objectivas que possam alimentar quaisquer polémicas sobre esta matéria.
Senhor Presidente , Caros Deputados
É nesta minha qualidade de Presidente da Republica de Transição de todos os guineenses que me cumpre emocionalmente e com honra saudar os dignos representantes do povo reunidos nesta magna casa da nossa democracia.
Dirijo-me a cada um e a todos vós, apelando que façam chegar aos mais recônditos cantos deste pais a mensagem de unidade e de coesão nacional que expressamos através deste reencontro.
Já o afirmei noutras ocasiões, a Transição Política que está em curso precisa da regular intervenção de uma instituição tão importantecomoé a nossa Assembleia Nacional Popular. Há legislação para produzir, para aprovar e para promulgar e, para isso, o concurso do Parlamento é simplesmente indispensável tanto mais que o Governo de Transição não foi concebido para ser um governo de mera gestão.
Por isso, não poupei esforços no sentido de ver completamente ultrapassados os obstáculos que impediam o normal funcionamento da nossa instituição parlamentar.
Resta-me fazer votos para que prevaleça o bom senso, o sentido de estado, o compromisso maior com a Guiné-Bissau.
Podeis estar certos que o Pais não deixará passar em claro sem enaltecer este vosso esforço de convergência, espírito patriótico, o sentido de dever a pátria que permitiu, pela primeira vez, desde algum tempo, encher estas bancadas de digníssimos deputados, permitindo suplantar o necessário quórum requerido pelo regimento para fazer funcionar o hemiciclo.
Se assim é, a expectativa ora criada deverá ser correspondida. Estou certo que a Nação assim o espera e deseja até ao final da legislatura a prorrogar.
Caros Deputados da Nação
Como acabamos de concluir a legalidade e a normalidade institucional e constitucional transitórias estão mais que demonstradas, mas tenhamos a consciência que só por si seriam ocas se não houver a colaboração institucional, a articulação e solidariedade entre os diversos órgãos de soberania. Em suma a confiança nas instituições de transição.
Falando em confiança, permitam-me citar a expressão de análise social feita por Amical Cabral que se traduz na unidade na diversidade. Eu considero e tenho como um dos meus deveres fundamentais, contribuir neste incipiente processo de formação da Nação pela qual o nosso povo será mais unido a fim de melhor fazer face ao seu destino colectivo, de continuar a progredir no seu desenvolvimento e progresso social e de lutar para a construção de uma sociedade onde as diferenças não se deverão traduzir em divisões e nem tão pouco a diversidade em discórdias, mas sim em riqueza.
Em contraponto ao acima referido, no passado dia 21 de Outubro um grupo de homens armados liderados pelo Ex-Ajudante de Campo do então Chefe de Estado Maior General das Forcas Armadas aquando dos assassinatos políticos de 2009, tentou um assalto ao aquartelamento dos Para-Comandos, durante o qual há a lamentar a perca inglória de vidas humanas.
Pese embora aqueles acontecimentos, situação da segurança interna do Pais caminha para a normalidade.
Com efeito, investigações, conduzidas desde a primeira hora pelas autoridades competentes, permitiram já não só a detenção do chefe de grupo, mas também de um número considerável de implicados actualmente sob custódia. A propósito solicita-se as autoridades judiciais militares a celeridade na resolução dos casos sempre em observância dos sagrados direitos humanos consagrados por lei.
Caros Compatriotas,
O nosso País precisa de apaziguamento, de uma verdadeira reconciliação, de se reencontrar consigo próprio. E o recurso ao diálogo se apresenta comoum instrumento indispensável e urgente na construção da sociedade justa e harmoniosa, sonhada pelo Fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana. Um diálogo construtivoinclusivo e permanente que tenha em conta a participação dos partidos políticos, da sociedade civil, das entidades religiosas dentro do espírito de respeito pela diferença. Pois, sublinhe-se, do poder mágico do diálogo nasce a luz, o entendimento mútuo e a aceitação recíproca.
É meu dever como Presidente da República de Transição, contribuir e chamar atenção para que todos os Guineenses continuem a viver juntos e em harmonia sem distinção de raça, sexo, religião, de proveniência social ou de convicções ideológicas.
Caros Concidadãos
Devemos comungar os mesmos valores, os valores da Republica. Este é o meu imperioso dever. Este é o imperioso dever de todos nós cidadãos deste País
Neste momento em que o nosso País é confrontado com uma grave crise política, a África e os nossos parceiros internacionais olham para nós, temos que ter a audácia da esperança para a defesa dos valores da liberdade, da paz, da tolerância e do respeito pelos direitos humanos, valores em que se funda e inspira o Estado da Guiné-Bissau.
Porem, o tempo urge e as tarefas que temos a nossa frente para cumprir com êxito o mandato de transição são ingentes e múltiplos, pelo que não se pode desperdiçar as oportunidades que devem ser todas elas aproveitadas com determinação contra todas as dificuldades e obstáculos materiais ou outros.
Estimados Deputados
Permitam-me Por isso, reflectir convosco sobre as seguintes áreas sensíveis e interligadas do nosso regime de transição:
Defesa e Segurança
Não poderia deixar de me congratular com os esforços e a determinação de todos que culminou com a assinatura, no passado dia 7 de Novembro, do Memorando de Entendimento entre o Governo de Transição e a Comunidade Economia dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre a implementação do Programa da Reforma do Sector da Defesa e Segurança no Pais, orçado em 63 milhões de dólares americanos.
Há que reconhecer a importância e a dimensão deste acto que vem resolver um dos maiores, senão o maior problema com que o nosso Estado tem vindo, anos a fio, a tentar resolver infrutiferamente.
Por outro lado, constitui uma prova intangível da solidariedade da CEDEAO que está efectivamente interessada em ajudar o nosso Pais a sair da situação em que se encontra.
Justiça
Já o afirmei em outras ocasiões e volto a reafirma-lo aqui perante os digníssimos representantes do nosso povo, que durante este escasso período da minha magistratura tenho vindo e continuarei a lutar para que este consulado venha a ser conhecido comoo do relançamento das bases sólidas para uma efectiva realização da justiça substantiva.
Encorajo, por isso, ao Ministério Público, aos Tribunais e a todos os agentes e operadores da Justiça, a imprimirem uma maior celeridade ao andamento dos processos pendentes e aos novos processos, e faço-o com base no pressuposto de que a celeridade não é inimiga da boa justiça que os guineenses bem merecem.
Na resolução dos diferendos é sempre possível eleger a paz e nãoa guerra, o diálogo em vez da confrontação e a tolerância em detrimento da perseguição.
Estas são escolhas difíceis na medida em que exigem especial coragem, determinação e sentido de responsabilidade perante a sociedade e as gerações vindouras.
Educação
Gostaríamos de expressar, perante esta Câmara, a nossa satisfação e jubilo pelo reinício das aulas. Congratulamo-nos com a generosidade dos dois sindicatos do sector educativo: o SINAPROF e do SINDEPROF assim como o empenho do Governo de que resultou a assinatura, no passado dia 6 do corrente mês, do Memorando de Entendimento, dando por fim a greve de 60 dias que vinha decorrendo desde o dia 17 de Setembro findo.
É ainda de realçar os esforços do Governo que recentemente conseguiu a retoma do financiamento japonês para os projectos de construção de escolas no valor de 9 milhões de dólares americanos. O facto constituiu um balão de oxigénio para o sector educativo.
Saúde
Talcomoo afirmei relativamente aos agentes da educação, quero vincar aqui o meu apreço aos médicos, enfermeiros, parteiras, em fim, a todos os profissionais da saúde pela sua abnegação, espírito de entrega a causa nacional e ao patriotismo expresso no acordo assinado com o governo. Acordo esse que possibilitou dar fim a greve no sector a bem das nossas populações e da saúde pública.
Falando ainda da Saúde Publica, queremos assinalar aqui o nosso apreço ao projecto de modernização do Hospital Nacional Simão Mendes com o futuro alargamento dos serviços de urgência, construção de um centro de Hemodiálise e, para breve, o início de uma campanha nacional de saúde infantil com destaque para vacinação contra sarampo e a desparasitação.
Senhores Deputados, poderíamos elencar aqui as demais diversas áreas da administração pública, porem, optamos intencional e simbolicamente por estas duas porque sem uma boa educação/formação e sem uma boa saúde não há futuro nem progresso.
Diáspora
Caros Compatriotas, permitam-me que dedique agora umas breves mas sentidas palavras aos nossos irmãos que se encontram longe do solo pátrio.
Estimados irmãos na Diáspora

Como tive ocasião de referir na minha mensagem de 2 de Julho passado, uma nova era se instaurou a partir da actual Presidência de Transição entre o País e as nossas comunidades emigradas;
Não mais haverá lugar entre a penalizante distinção entre nós eles, mas apenas e só guineenses que residem e labutam no interior do País, e guineenses que residem e vendem a sua força de trabalho no estrangeiro, mas todos com os mesmos direitos e deveres para com a Pátria.
Caríssimos compatriotas, chegados a este ponto permitam-me que vos lance um vibrante apelo de sentimentos patrióticos.
É verdade e sabemo-lo que o Pais se encontra com graves dificuldades de varia ordem mas isto não pode constituir motivo de descrença no nosso devir. Não podemos cair no desalento e muito menos dar crédito aos adivinhos da desgraça.
Já me conhecem. Digo-vos com toda a solenidade que o Pais caminha para a normalidade total em todos os domínios de actividade e estamos trabalhando afincadamente para construir a Pátria sonhada pelos nossos gloriosos heróis nacionais.
È vosso direito acompanhar o que verdadeiramente se passa no Pais mas não se deixem influenciar pelas forças obscuras que afinal não pretendem mais que o retrocesso politico fazendo tábua rasa sobre as heróicas conquistas do nosso povo que custaram sangue, suor e lágrimas.
Estou convencido que esta Assembleia agora coesa e unida na defesa dos valores sagrados da Pátria ira produzir legislação compatível com os legítimos anseios do nosso povo em geral e das comunidades emigradas em particular.
Digníssimos Deputados
Aos Distintos representantes de países amigos e das Organizações internacionais, referimos que as autoridades políticas que presidem aos destinos da Guiné-Bissauneste período de Transição desejam estreitar os laços de cooperação e de solidariedade que sempre ligaram o nosso País a tantos países amigos e a tantas organizações internacionais solidárias.
Como Presidente da República de Transição agradeço em nome do povo guineense a todos aqueles países amigos e organizações internacionais solidárias que decidiram juntar-se a nós nesse grande esforço que fazemos para viabilizar uma transição política pacífica, ordeira, sem rupturas institucionais e sociais que a possam colocar em perigo.
Aos outros países e instituições internacionais que, em decorrência dos acontecimentos do dia 12 de Abril de 2012, suspenderam os seus programas de cooperação com a Guiné-Bissau deixo aqui o meu apelo para que cooperem connosco em nome da amizade entre os povos.
Processo Eleitoral
No cumprimento dos compromissos para o período de transição, cabe destacarcomoo mais relevante para toda a sociedade guineense, a realização das próximas eleições Presidenciais e Legislativas com base no recenseamento eleitoral biométrico a nível nacional que também contempla a diáspora.
A este propósito, concluído o trabalho de campo relativo a cartografia eleitoral, o acordo de transição política impõe as competências para concepção, organização, tomada de decisão e de execução do recenseamento eleitoral biométrico bem como a emissão dos cadernos eleitorais à Comissão Nacional de Eleições, órgão sob tutela da Assembleia Nacional Popular. Mais estabelece o referido acordo que a eleição do Presidente da Comissão Nacional de Eleições deve recair na figura de um magistrado eleito pela Assembleia Nacional Popular. Assim sendo, estimados Deputados a vossa responsabilidade sobre a matéria é acrescida e indispensável.
Estimados compatriotas,
As dificuldades são superáveis e sucessos são possíveis. O nosso sucesso futuro na vida económica, social e política está nas nossas mãos e depende do nosso trabalho e do empenho de cada um e de todos em conjunto num diálogo construtivo, inclusivo e permanente.
Eu estou no barco da reconciliação nacionalcomoresponsável máximo e tudo farei para embarcar todos os guineenses sem excepção.
Desde a primeira hora que falei de inclusão e podem crer que não pouparei esforços para a união de todos os guineenses.
Viva a Guiné-Bissau
Viva o Nosso Povo!
Viva a República!
GBISSAU

Deputados da Nação convocados para a 1ª sessão ordinária de 2012 da ANP



Sede da Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau
Bissau (Rádio Bombolom FM, 14 de Novembro de 2012) –Assembleia Nacional Popular vai reunir, a aprtir de hoje, quinta-feira, a sua 1ª sessão ordinária desde o golpe militar de 12 de Abril último.
Depois de muitas tentativas para por fim ao desentendimento entre o PAIGC e o PRS quanto ao preenchimento dos lugares deixados na mesa deste órgão legislativo, com saídas do Presidente Raimundo Pereira e 1º vice presidente, Serifo Nhamajo, finalmente foi convocado a 1ª sessão ordinária do presente ano legislativo.
De acordo com o projecto de ordem do dia, a 1ª sessão ordinária do ano 2012 foi convocada para os dias 15 de Novembro até 15 de Dezembro próximo.
Na ordem dos trabalhos estão entre outros, num total de nove pontos, nomeadamente o preenchimento das vagas da mesa da Assembleia Nacional Popular, a apresentação, a discusão e votação de projecto prologação da 8ª legislatura que termina este mês.
Prevê-se também no segundo ponto de agenda, a eleição do presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). Os pontos 1º, 3º e 4º serão dedicados às questões da CNE, nomeadamente a apresentação, a discussão e a votação de projectos eleitorais. GBISSAU

Alberto Na Nbeia, Sola Inklin Na Bidjita, Aladji Soncó e Kumba Ialá serão candidatos à liderança do partido PRS



Partido da Renovação Social (PRS), Guiné-Bissau
Bissau (Rádio Bombolom FM, 14 de Novembro de 2012) –O 4º congresso do Partido da Renovação Social (PRS) agendado para os dias 11 a 14 de Dezembro próximo está a entrar na sua fase decisiva depois do final do prazo para a deposição das candidaturas para os cargos de presidente e de secretário geral do partido.
Ontem, quarta-feira, ultimo dia destinado à  deposição das candidaturas, Sola Inklin Na Bidjita foi depositar o seu dossier junto à comissão organizadora instalada na sede do partido.
Alberto Na Nbeia, ex presidente interino do partido e alto dirigente dos renovadores, também depositou a sua candidatura à liderànça do PRS.
Aladji Soncó e Kumba Ialá já tinham manifestado a mesma intenção para a liderança do PRS, o Segundo maior partido politico na Guiné-Bissau. GBISSAU

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Líderes guineenses depostos visitam Timor-Leste



O Presidente interino deposto e o primeiro-ministro deposto da Guiné-Bissau visitam Timor-Leste a partir de quinta-feira, informou hoje fonte da Presidência timorense.

O Presidente Raimundo Pereira e o primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, ambos depostos no golpe militar de 12 de abril na Guiné-Bissau, realizam uma visita de dois dias a Timor-Leste.
A Guiné-Bissau está a ser administrada por um governo de transição, apoiado pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que pretende realizar eleições no país em abril do próximo ano.
A maior parte da comunidade internacional, incluindo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, a que pertencem os dois países, não reconhece as novas autoridades de Bissau.
O convite aos dois governantes depostos para visitar o Timor-Leste foi feito ainda por José Ramos-Horta José Ramos-Horta, que abandonou a presidência timorense em maio, estando atualmente no cargo general Taur Matan Ruak, ex-chefe das forças armadas.
A mesma fonte adiantou ainda que o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, também vai realizar uma visita de quatro dias ao Timor-Leste, a partir do dia 27 deste mês.LUSA

Gâmbia nega qualquer apoio à desestabilização na Guiné-Bissau


O embaixador da Gâmbia na Guiné-Bissau, Abdu Djedju, negou hoje que o seu país possa servir de base ou de apoio a quem queira desestabilizar a Guiné-Bissau, como tem sido sugerido pelas autoridades civis e militares guineenses.

O embaixador da Gâmbia falava aos jornalistas após uma audiência com o Presidente de transição guineense, Serifo Nhamadjo, a quem, disse, apresentou cumprimentos pela última festa muçulmana, o Tabasky, no mês passado.
Adbu Djedju começou por dizer aos jornalistas que a sua audiência com Serifo Nhamadjo não se destinava a falar dos assuntos políticos entre os dois país mas, após insistência, acabou por comentar as acusações dos militares e elementos do Governo de transição de que a Gâmbia estava a dar abrigo aos desestabilizadores da Guiné-Bissau.
"Sempre disse que o Governo da Gâmbia está sempre ao lado da Guiné-Bissau em diferentes situações difíceis, pelo que em nenhuma situação a Gâmbia poderá ser parceira de alguém que queira desestabilizar a Guiné-Bissau", defendeu Abdu Djedju.
As chefias militares e elementos do Governo de transição guineense, nomeadamente o porta-voz do executivo e o ministro dos Negócios Estrangeiros, acusaram a Gâmbia de servir de base de elementos ligados ao regime deposto, designadamente o ex-chefe das Forças Armadas, Zamora Induta, para ações desestabilizadoras na Guiné-Bissau.
Sem responder diretamente a estas acusações, o embaixador gambiano em Bissau lembrou que o Presidente Yaya Jammeh sempre considerou os dois países como um todo.
"O Presidente Yaya Jammeh sempre diz que a Guiné-Bissau e a Gâmbia têm o mesmo povo, que apenas vivem em dois espaços geográficos. A Gâmbia sempre considera a Guiné-Bissau como um país irmão", afirmou o embaixador Abdu Djedju.
No passado dia 21 de outubro um comando militar alegadamente liderado pelo capitão Pansau N`Tchamá, atacou, segundo o executivo, o quartel dos pára-comandos (uma força de elite do exército guineense), tendo morrido seis pessoas.
As autoridades civis e militares guineenses dizem que Pansau N`Tchamá partiu da Gâmbia para a Guiné-Bissau.

Investimento: Projecto chinês vai ligar Bissau por auto-estrada a capitais da África Ocidental


Mapa dos países da África Ocidental
Mapa dos países da África Ocidental
Bissau (macauhub, Novembro de 2012) – Bissau, capital da Guiné-Bissau, vai estar ligada no futuro por auto-estrada às outras capitais da África Ocidental, em resultado de um projecto lançado pelo governo da China e pela comunidade regional (CEDEAO).
A construção da Auto-estrada Trans-Africana Ocidental, com 2000 quilómetros, consta de um acordo para desenvolvimento de infra-estruturas e cooperação económica assinado na semana passada em Abuja, Nigéria, entre o governo chinês e a CEDEAO, segundo o site nigeriano Ventures.
O acordo foi assinado entre o vice-ministro do Comércio da China, Li Jinzao, e representantes da CEDEAO. O projecto da Auto-estrada Dakar-Lagos, respectivamente capitais do Senegal e centro económico da Nigéria, passará por Banjul, Bissau, Conakry, Freetown, Monróvia, Abidjan, Accra, Lomé e Cotonou.GBISSAU

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Presidente de transiçao da Guiné-Bissau diz sim à prorrogação do Parlamento




O Presidente de Transição da Guiné-Bissau defende que o mandato da Assembleia deve ser prorrogado até o fim do período de transição. Isso contraria a posição dos militares e partidos signatários do Pacto de Transição.
A atual legislatura da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau será prorrogada até à tomada de posse dos novos deputados saídos das eleições antecipadas marcadas para abril de 2013.
Assim sendo, caiu por terra a intenção manifestada pelos militares da ANP ser dissolvida, uma ideia que algumas correntes consideram "o melhor para o período de transição em curso no país".

Desde o golpe militar de 12 de abril passado, o Parlamento guineense nunca funcionou em pleno devido às cíclicas divergências entre os dois principais partidos, PAIGC, (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) e PRS, Partido da Renovação Social.
As formações não se entendem no que concerne à nova liderança para o hemiciclo guineense presidido por Ibraima Sory Djaló.
À luz do Pacto de Transição, firmado pela maioria dos partidos políticos e pelos militares autores do golpe de Estado último, o Presidente da transição, Serifo Nhamadjo, admite que com o fim da vigência da atual legislatura, o mandato do Parlamento pode ser prorrogado até as novas eleições.
Nhamadjo explica que a legislatura será prorrogada em função do pacto, até a tomada de posse dos novos parlamentares e na sequência acrescentou que "na ANP será ratificado aquele Pacto de Transição. Acredito que os debates que se seguirão serão muito frutuosos para o país."
Kumba Yala, líderdo PRS. O partido critica a presidência da ANPKumba Yala, líder do PRS. O partido critica a presidência da ANP
Partidos Insatisfeitos
Por seu lado, o Fórum dos Partidos Políticos, que apoia o governo de transição, considera a inoperância da ANP, como desentendimentos friamente desenhados pelos deputados, assentes apenas na disputa de lugares pessoais e partidários.
Artur Sanhá, antigo primeiro-ministro no governo do PRS, e atualmente presidente da Câmara Municipal de Bissau, lembrou que o mandato da ANP termina este mês, criando um vazio institucional que poderia pôr em causa todo o processo de transição: "O fórum assumirá as suas responsabilidades políticas contribuindo de forma decisiva para a busca de soluções para o vazio institucional resultante da caducidade da plenária da Assembleia."

Entretanto, no seu regresso de Abuja, Nigéria, onde participou na cimeira da CEDEAO, a Comunidade Económica de Estados da Africa Ocidental (11.11), o Presidente de Transição, Serifo Nhamadjo, anunciou também a chegada para breve a Bissau de um novo contingente de militares nigerianos com a tarefa de reforçar a ECOMIB,( Missão da Comunidade dos Estados da África Ocidental), estacionada na capital guineense na sequência do golpe de Estado de abril.
O governo de transição tem as suas forças em alerta. Há rumores da presença de mercenários no paísO governo de transição tem as suas forças em alerta. Há rumores da presença de mercenários no país
Guiné-Bissau na defensiva
Serifo Nhamadjo deixou claro que se trata de um posicionamento defensivo: "São questões operativas, havendo ameaças é preciso que o sitema de defesa nacional tome precauções para que não haja surpresas desagradáveis."

Nos últimos dias, segundo a imprensa nacional, um grupo de mercenários estaria estacionado na região leste do país, o que motivou fortes movimentações militares nas regiões de Gabú e Bafatá, como também nas fronteiras terrestres da Guiné-Bissau com os países vizinhos.

Enquangto isso, o governo,  através do seu porta-voz, Fernando Vaz, prometeu " que logo que tivermos informações mais precisas, concisas e concretas sobre o assunto nós iremos torna-las públicas."

Recorde-se que a tensão na Guiné-Bissau aumentou após a tentativa de assalto ao quartel de Para-comandos a 21 de Outubro passado.DW

ONU, CPLP e União Africana devem atuar em missão à Guiné-Bissau

Uma missão formada por representantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da União Africana (UA), da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e da Organização das Nações Unidas (ONU) aguarda orientações para seguir para uma ação conjunta na Guiné-Bissau. O país vive sob tensão desde o golpe militar ocorrido há sete meses.

O presidente de Portugal, Cavaco Silva, conversou hoje (13) sobre o assunto com o secretário executivo da CPLP, Murade Muragy. Após o encontro, Cavaco Silva disse que o grupo está à espera das orientações da União Africana, que determinará os procedimentos da missão. Em setembro, a ONU decidiu enviar à Guiné-Bissau uma missão para avaliar a situação e recomendar medidas de estabilização. Desde o golpe militar, em abril, um governo de transição administra o país. A prioridade para a ONU é restabelecer a ordem das instituições democráticas.

Há informações de que, no fim deste mês, as autoridades de Guiné-Bissau se reunirão para definir os rumos do país, na Etiópia. Ao ser perguntado sobre o papel da CPLP na missão, Murade Muragy disse que o objetivo é “dar as condições que os guineenses entenderem necessárias para o diálogo”. A tensão na Guiné-Bissau também é tema de reunião entre os ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e de Angola, Georges Chikoti, durante a 1ª Comissão Bilateral de Alto Nível, em Brasília, hoje e amanhã (14). DC

Escolas públicas voltam a abrir após dois meses de greve


Bissau - As escolas públicas da Guiné-Bissau voltaram a funcionar após quase dois meses de greve dos professores, mas muitos alunos e docentes continuam ausentes das salas de aulas.  

 
    Numa ronda por alguns liceus e escolas do ensino básico de Bissau, a agência Lusa constatou que nalgumas escolas comparecem entre segunda e hoje ( terça-feira) apenas 45 porcento do total de alunos matriculados.  

 
    Sene Djau, director do liceu Agostinho Neto, um dos mais importantes estabelecimentos do ensino público da Guiné-Bissau, disse que a escola "funciona a meio gás" e que se os alunos continuarem a não comparecer vai tomar medidas sancionatórias.  

 
    "Estamos a funcionar a meio gás. Os alunos e os professores estão aparecendo a conta-gotas. Apelámos aos pais e encarregados de educação dos alunos para que mandem os seus educandos para as aulas, mas muitos continuam a não aparecer.
Mas para a semana vamos tomar medidas. Aos alunos que teimarem em não comparecer vamos simplesmente anular as matrículas, dando lugar a outros alunos", afirmou o director do Agostinho Neto.  

 
   O responsável disse que tem sido hábito na Guiné-Bissau os alunos não comparecerem nos primeiros dias de aulas após a greve dos professores.  

 
   "É apanágio dos alunos dizerem que a primeira semana após a greve as aulas não devem ser a sério", destacou Sene Djau, negando que a fraca afluência nas aulas tenha a ver com o conflito entre os sindicatos dos professores e o Governo, e não entendendo também a ausência de alguns professores nas escolas.  

 
    Mário Benante, director do liceu Rui Barcelos da Cunha, entende que se o Governo "está a cumprir" com o acordo com os sindicatos os professores devem "fazer a sua parte" comparecendo nas salas de aulas.  

 
    "Ainda segunda-feira ouvi pela rádio o presidente do sindicato, Luís Nanacassa, a apelar os professores para irem para as salas de aulas, porque já está tudo ultrapassado com o Governo, isto porque já foram pagos sete meses de diuturnidade aos professores efectivos, um mês aos novos ingressos e contratados", assinalou Mário Benante.  

 
    E acrescentou: "Como dizia o presidente do sindicato, agora é a nossa vez, nós os professores, de cumprirmos".  

 
    Na opinião dos dois directores, não será fácil recuperar "o tempo perdido" com a greve, uma vez que o primeiro período de lectivo que devia ter 56 dias está prestes a terminar.  

 
    "O primeiro período devia terminar em Dezembro mas teremos de dilatá-lo até Janeiro para pelo menos atingirmos os 80 por cento da matéria programada", observou Sene Djau, anunciado que vai propor ao conselho de professores e ao Ministério da Educação para que haja aulas aos sábados. LUSA 



Movimentações militares na mata do Gabu

O porta-voz do governo de transição, Fernando Vaz não confirma e nem desmente a informação, segundo a qual um grupo de mercenários está supostamente estacionado na região de Gabu, no leste da Guiné-Bissau.



Numa curta declaração à rádio sol mansi, Fernando Vaz afirmou apenas que o governo e as forças armadas já estão no terreno, e assim que houver informações o governo pronunciará sobre o assunto.

O porta-voz do Estado-maior das Forças Armadas, Dabana na Walna terá mencionado recentemente numa conferência de imprensa de que o Estado-maior tem informações que os mercenários estão a ser preparados num país vizinho para atacar a Guiné-Bissau.

E hoje, as informações não confirmadas dão conta que dois helicópteros transportaram mercenários para a mata do Gabu, alegadamente para desencadear operações de assassinatos de algumas celebridades nacionais e estrangeiras e criar o clima de instabilidade e insegurança no país.

Segundo apurou ainda a RSM, neste momento as forças armadas guineenses estão em alerta máxima e um número considerado de militares foram destacados para região de Gabú e Sul do país, concretamente nas áreas onde existem fronteiras com a república da Guiné Conakri. RSM