quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Parlamento da Guiné-Bissau vai de férias em clima de elogios e concórdia


Bissau, 12 dez (Lusa) - A última sessão legislativa deste ano da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau terminou hoje com rasgados elogios de todas as bancadas ao trabalho dos deputados e em clima de grande concórdia.



A próxima sessão ficou marcada para fevereiro de 2013, tendo na sessão que hoje terminou sido prorrogada a legislatura (até novas eleições) e sido preenchidos os lugares vagos na mesa da ANP.
Durante o último mês os deputados também elegeram um presidente para a Comissão Nacional de Eleições (CNE), reviram a lei de recenseamento eleitoral e aprovaram (em votação final global) um projeto de lei sobre a carreira docente universitária e o estatuto da carreira do pessoal efetivo da ANP.
São "resultados tão palpáveis, tão evidentes, que dispensam qualquer comentário", disse Rui Diã de Sousa, líder da bancada parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), o maior partido da Guiné-Bissau.
O responsável lembrou que a ANP esteve muito tempo parada, na sequência do golpe de Estado de 12 de abril passado que afastou os dirigentes eleitos, e disse que os deputados saem "com o sentimento do dever cumprido".
"Este é o caminho certo para levar o período de transição até às eleições. Todos os deputados estão de parabéns", disse Rui Diã de Sousa, no que foi secundado pelo líder do Partido da Renovação Social (PRS, segundo maior partido), Serifo Djaló.
No último mês os deputados mostraram "que o país é superior a qualquer interesse partidário", disse Serifo Djaló, acrescentando que demonstraram também "ao povo guineense e à comunidade internacional que os guineenses, podem reconciliar-se".
Alberto Silva, falando em nome do Partido Republicano da Independência e Desenvolvimento (PRID), aproveitou para dizer que a eleição do presidente da CNE seguiu todas as leis e que se alguém não o entendeu que procure informar-se, em resposta aos pequenos partidos, que hoje mesmo entregaram no Supremo Tribunal de Justiça um pedido de impugnação da eleição do juiz Rui Nené como presidente da CNE.
Recados deixou também o presidente da ANP, Ibraima Sory Djaló, que na hora de desejar bom Natal e bom 2013, e de felicitar a união de todos os deputados, disse não estar preocupado com críticas, porque a ANP está a trabalhar, que foi o que povo lhe pediu para fazer.
"Estamos unidos, continuamos unidos, e não nos vamos preocupar com ameaças", disse, acrescentando que os deputados não estão a tratar de assuntos partidários mas de assuntos para a Guiné-Bissau.
Sory Djaló disse também não entender porque é que há pessoas irritadas com a criação de uma Comissão Parlamentar sobre o processo de transição, visto que a mesma não foi criada para excluir ninguém, e disse ainda que há pessoas que não entendem "o valor da ANP".
Uma hora depois das palavras de Sory Djaló um porta-voz dos pequenos partidos garantia que os mesmos não iam aceitar "a parlamentarização da transição política".LUSA

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