quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

SERIFO NHAMADJO, VICE-PRESIDENTE DA COMISSÃO ORGANIZADORA DA CONFERÊNCIA NACIONAL “CAMINHOS PARA A PAZ E DESENVOLVIMENTO” - “VAMOS CONSULTAR TODOS PARA QUE ADIRAM À CONFERÊNCIA”



 

Na sequência da reunião da comissão de honra presidida pelo Presidente da República, Malam Bacai Sanhá, a 17 de novembro último, foi fixada para 14-18 de janeiro de 2012 a data da organização da referida conferência. Serifo Nhamadju, igualmente 1º vice-presidente da ANP, faz o ponto da situação.

Com a fixação da data de realização da Conferência Nacional, quais são os próximos passos a dar, nomeadamente, em termos de mobilização dos cidadãos e financiamento?
Serifo Nhamadjo (SN) – Tivemos o privilégio de apresentar na Comissão de Honra o nosso relatório de trabalho, que decorreu desde 2009 a esta parte. O relatório foi aprovado e também foi fixada a data de realização da Conferência Nacional, de 14 a 18 de Janeiro de 2012. Depois disso, convocamos uma reunião da plenária no sentido de transmitirmos os resultados desse encontro para podermos programar aquilo que irão ser os próximos passos até ao dia da Conferência. Vamos ter um plano de trabalho para definir as tarefas a desenvolver no domínio da comunicação, logística e documentação para garantirmos suporte à todos os delegados assim como vamos programar encontros com várias forças políticas e personalidades para transmitir-lhes os resultados desta primeira fase e pedir-lhes que nos dêem seus conselhos e orientações para a  melhoria do trabalho. Assim, ao chegarmos à Conferência Nacional, tenhamos já alguma coisa que é de todos os guineenses.

Representantes de alguns partidos políticos se recusam em associar a este importante projecto para o futuro da Guiné Bissau, afirmando que a comissão organizadora não é representativa de toda a sociedade guineense. O que responde? O que vai a Comissão fazer nos próximos dias para convencê-los sobre o papel da Comissão e fazê-los aderir ao projecto?
SN É verdade que, a nível da comissão, recebemos algumas correspondências. Mas, o essencial para nós é que existe apenas uma divergência no ponto de vista organizacional. Mas sobre o conteúdo e objectivo da Conferência todo o mundo está de acordo e dizem que é uma boa iniciativa, é uma coisa de que os guineenses precisavam há muito tempo. Nós respeitamos as suas opiniões, eles nos deram suas  argumentações que analisamos em plenária e vamos agendar um encontro com esses grupos para podermos explicar melhor os nossos termos de referência. Provavelmente, a mensagem não passou como devia mas vamos insistir com eles para que tenham aquela boa vontade que esperamos deles, para que se juntem à Comissão e possamos fazer o trabalho que nos junta à todos. Não é de um grupo ou de outra coisa mas sim uma iniciativa do Parlamento que está alargada à todos os sectores sociais guineenses de modo a termos uma comissão inclusiva. Demos maior predominância à sociedade civil e os partidos políticos entendem que têm mais papel do que as outras franjas da sociedade para estar na comissão. Nós respeitamos a sua opinião e vamos trabalhar com eles por forma a acertarmos passos e  seguirmos juntos. Para já, nós não somos Comissão para Reconciliar, somos sim uma comissão incumbida de preparar a Conferência; a Conferência é que vai definir o modelo e escolher as pessoas que irão conduzir aquilo que nós todos queremos, ou seja reconciliar-nos. O que temos vindo a fazer até a esta parte é preparar a conferência ouvindo todas as pessoas, todas as forças, todas as organizações para que nos dêem subsídios que nos permitam dizer, bem, de acordo com o trabalho de auscultações, eis isto, isso e aquilo que as pessoas disseram. A partir disso surgirá aquilo que eles estão a reclamar agora, e que só será depois. Vamos tentar discutir com eles para vermos se chegamos a um entendimento para que possamos ir juntos. O objectivo é irmos juntos.

Algumas vozes defendem a conclusão dos inquéritos sobre os assassinatos de 2009 antes de se organizar qualquer conferência nacional. O que pensa desta ideia?
SN Como já disse, eu respeito opiniões de todas as pessoas. Esta é uma forma de se ver o problema. Mas é bom que não misturemos problema puramente judicial com o que estamos fazendo. O que nós procuramos é juntar todos os guineenses para poderem orientar melhor as conclusões dos inquéritos efectuados. A justiça tem que fazer o trabalho e é uma obrigação que a justiça faça o seu trabalho. Esta conferência não vai travar nada do percurso da justiça. Mas nós pensamos que, paralelamente a isso, os guineenses devem se sentar e reflectir – porque é que chegamos à esta fase? Que seja feito este tipo de inquérito. Mas, também, isso é o direito que será reservado a muita discussão aprofundada na Conferência, onde vamos tentar definir muitas saídas. Alguns entendem que os guineenses vão ter que analisar os problemas de forma a levar todas as pessoas ao tribunal pelos males ocorridos da independência à esta parte. Outros dizem que não é bom que se vá até à independência, mas que se comece da amnistia que a ANP aprovou, e que, dessa data até hoje, todo aquele que tiver cometido um crime seja traduzido à justiça. Outros grupos aparecem também a dizer que não vale a pena ir-se até a isso. Pelo contrário, é melhor que se vire a página para que se decida uma coisa em conjunto por forma a rumar-mos a um determinado sossego que leva ao desenvolvimento do país. Portanto, existem estes três grupos que, com certeza,  vão ter que debater na conferência para nos disserem qual será o melhor caminho. Por isso, dissemos vamos à conferência buscar o melhor caminho para consolidarmos a paz e desenvolvermos a nossa terra.

No quadro dos preparativos da Conferência, foram organizadas várias consultas com representantes das Forças de Defesa e Segurança, guineenses da diáspora e de todas as regiões, que identificaram as causas dos problemas e crises na Guiné Bissau tendo por isso apontado soluções. A Conferência Nacional vai trabalhar essencialmente sobre estas propostas ou pelo contrário, irá adoptar uma agenda de trabalho diferente?
SN O que a conferência vai fazer é partir desses pressupostos a que se referiu, das auscultações que efectuamos. Vamos apresentar esses resultados saídos dos encontros com personalidades, associações, organizações juvenis, mulheres e todas as contribuições que as pessoas deram e mostrá-los aos delegados, dizendo ‘foi isso  que as pessoas disseram nas diferentes auscultações. O que é que concluem?’ Porque eles é que vão ter que concluir o processo. Eles podem basear-se nisso mas podem também falar de outros temas. Pensamos organizar a conferência com um discurso de abertura, apresentação de um relatório, intervenções e apresentação das experiências de outros países. Depois, se seguirá um debate após o que se passará a divisão em seis painéis onde as pessoas vão discutir temas. No fim, os painéis voltarão para a plenária para os delegados poderem validar e decidir. Portanto, é a conclusão da Conferência é que irá definir o melhor caminho.

Vai a Conferência convidar representantes dos países que passaram também por processos de reconciliação para saber das suas experiências?
SN Nós queremos proporcionar a todos os delegados a oportunidade de ouvirem experiências de outros países. É verdade que o nosso problema político, o nosso problema de conflito, o nosso problema social é diferente do de todos esses outros países. Cada país é um caso. Por exemplo, no Ruanda o problema nasceu do tribalismo, na África do Sul, veremos que o problema surgiu do apartheid, no Benim, tudo surgiu de um problema político, em Angola, houve uma guerra civil e há o problema do Timor Leste. Temos várias experiências e vamos tentar convidar estas pessoas para nos transmitirem suas experiências e nos dizerem que caminho percorreram para alcançarem a paz que têm hoje. A partir dai, os delegados poderão fazer aquilo que entenderem.

Há menos de dois meses da Conferência Nacional, acredita que esta irá de facto lançar a reconciliação entre os guineenses?
SN Eu estou muito optimista. Aliás, eu, por natureza, sou optimista. De acordo com aquilo que ouvi dos chefes das instituições da República, dos responsáveis de organismos internacionais, dos nossos parceiros e  para as próprias auscultações que realizamos nos diferentes sectores, chegamos à conclusão de que toda as pessoas estão mobilizadas para a conferência a fim de debater seriamente os problemas da Guiné-Bissau. É a partir do debate dos problemas que vai permitir escolher uma via que nós todos vamos ter que seguir. Será o ponto da partida que nos levará à reconciliação, embora não seja a conferência ela mesma o lugar onde os guineenses vão-se reconciliar, mas ela nos dará as pistas para podermos trabalhar no sentido de reconciliação dos guineenses. A nossa conferência vai eleger pessoas que todos considerarão como sendo as mais idóneas, mais isentas e mais capazes para pilotarem esta grande caminhada desejada por nós todos no sentido de juntar todos os filhos da Guiné. A nossa obrigação é simplesmente de criar condições para que a conferência tenha lugar.

NOVO COMISSÁRIO GERAL DA POP QUER MAIS MEIOS DE TRABALHO




O novo Comissário Geral da Policia de Ordem Pública (POP), disse recear que a falta de meios materiais e humanos na instituição, venham a constituir “dores de cabeça” na implementação da sua missão à testa da corporação de segurança pública.

O Coronel Antero João Correia, que já tinha desempenhado as mesmas funções em 2004, afirmou em entrevista à ANG, que vai precisar de mais meios humanos e materiais para poder dar resposta aos desafios que a POP enfrenta.

“Vou fazer com que as pessoas se apercebam de que existe autoridade de Estado. Por isso, a POP deve ser dotada de meios para poder responder às exigências dos cidadãos em termos de garantia de tranquilidade e segurança”, prometeu.

Aquele responsável lembrou que patrulhar a cidade de Bissau exige meios de transporte bem abastecidos de combustível, tendo adiantado nestas condições, o comissário veria facilitado as suas tarefas.

Por isso, Antero Correia pede que sejam criadas as bases mínimas para que os operativos da POP possam trabalhar à vontade e estarem presentes a tempo e hora aonde são necessários e cumpram com os seus deveres.

 “A casa não é nova, mas tudo vai depender destes condicionalismos. Conto com apoio dos meus colegas que aqui labutam para o desenvolvimento do país” sublinhou acrescentando que a sua tarefa vai ser facilitada devido a existência da Lei orgânica do Comissariado, recentemente aprovada pela Assembleia Nacional Popular.

O novo comissário disse estar feliz pelo facto de muita gente se mostrar ciente sdas reformas actualmente em curso nos Ministérios do Interior, da Defesa e da Justiça.
O coronel apela a comunidade internacional a ajudar a Guiné-Bissau no financiamento da reforma nestes sectores, porque, segundo ele, sem dinheiro as mesmas não se poderão concretizar-se.

“O que se quer com a reforma é a incorporações dos mais novos. Os que lutaram e libertaram o país já não se encontram em condições de prosseguirem”, elucidou afirmando que se deve enveredar por esta via como forma de credibilizar as instituições.

Antero João Correia disse que o Governo está a fazer esforços no sentido de suprimir as carências acima mencionadas e que aponta como possíveis obstáculos ao exercício da sua função à testa da POP.

O novo Comissário GEral da POP apela a todos os cidadãos guineenses a colaborarem nos trabalhos da Polícia, porque “sem a colaboração é difícil combater a criminalidade no país.”
ANG
 

Para manutenção à estabilidade económica e governação eficaz



    representante do_fmi_e_o_ministro_das_finanasFMI desembolsa 3.77 milhões de dólares para a Guiné-Bissau 
    No âmbito do programa apoiado pela Facilidade de Crédito Ampliado (ECF) e das respectivas garantias financeiras, o Conselho de Administração do
    Fundo Monetário Internacional (FMI) permitiu o desembolsar de imediato um montante equivalente a cerca de 3.77 milhões de dólares, perfazendo um desembolso total a 15,125 milhões de dólares americanos ao abrigo do acordo.
    O anúncio foi feito durante uma conferência de imprensa conjunta realizada dia 6 do corrente mês, entre o representante do FMI no país, Alfredo Torres, e o ministro das Finanças, José Mário Vaz, na presença do Representante da União Europeia e os directores-gerais ligados ao Ministério das Finanças.
    O encontro tinha como pano de fundo, informar a opinião pública sobre este desembolso e o acordo trienal do FMI com a Guiné-Bissau, no âmbito da ECF no montante de 22,365 milhões de dólares.
    O desembolso desta verba foi aprovado pelo Conselho da Administração do Fundo, em Maio de 2010, afim de ajudar no programa económico das autoridades guineenses para avançar na senda da sustentabilidade fiscal e da sua dívida e alcançar um crescimento económico mais vigoroso, bem como a redução da pobreza.
    O subdirector-geral e presidente em exercício do Conselho de Administração, Min Zhufalou, congratulou-se com as autoridades guineenses pelo desempenho positivo no âmbito do programa apoiado pela Facilidade de Crédito Alargado.
    Segundo ele, o crescimento económico tem sido dinâmico, beneficiado pela boa colheita de caju e pelos termos de troca bastante favoráveis, e apoiado pela prudência na condução da política macroeconómica e pela execução de reformas estruturais, “perspectivas económicas para 2012 são de modo geral positivas, mas a economia ainda é vulnerável”.
    Disse, por outro lado que, “as incertezas que rondam as economias avançadas representam riscos e o cenário interno, o crescimento sustentado exigirão a manutenção da estabilidade económica e da governação eficaz, bem como novos progressos nas reformas estruturais”.
    Este responsável falou também da consecução dos objectivos económicos da Guiné-Bissau que exige uma política fiscal prudente que mantenha os gastos dentro do limite dos recursos disponíveis, mobilize mais receitas, proteja os gastos prioritários e preserve alguns recursos para fazer face aos acontecimentos inesperados.
    Para garantir a correcta execução do orçamento, Min Zhufalou assegurou que, “será fundamental que as autoridades levem adiante os seus planos de adoptar medidas tendentes a reforçar as receitas através da eliminação dos subsídios implícitos, modernização da administração fiscal e de maior rigor nos controlos aduaneiros”.
    Por seu lado, o ministro das Finanças pediu aos guineenses para desdobrarem esforços ainda mais na produção, para que 2012 seja de sucesso, “porque é o ano de aumento dos salários dos funcionários públicos”.
    José Mário Vaz reconheceu que é o sector privado que desenvolve a economia de um país, pelo que merece ser prestado toda a atenção por parte do Governo. Este governante repisou que os guineenses devem produzir muito mais, tanto na cidade assim como no campo.

    Tribunal volta a suspender eleições na Federação de Futebol








    fortepresenapolicialnaffgbparatravarosprotestosdosjovensO Tribunal Regional de Bissau (TRB) suspendeu as eleições para o cargo do presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) que estavam
    previstas para hoje, dia 7 de Dezembro, respondendo assim à providência cautelar interposta pela candidatura reprovada de Manuel Nascimento Lopes (vulgo Manelinho) à revelia dos estatutos da FFGB, pelo Secretário Geral da Direcção cessante daquele órgão federativo.
    Há uma semana (dia 26 de Novembro), o Tribunal Sectorial do Bairro de Belém em Bissau tinha igualmente adiado estas mesmas eleições em resposta à providência cautelar da candidatura de Manelinho, mas o mesmo tribunal emitiu no dia 2 de Dezembro um despacho, considerando que esta matéria desportiva não é da sua competência, consequentemente, a FFGB marcou para o dia 7, hoje, novamente o escrutínio que ficou suspenso desta vez pelo TRB.
    Em causa destes desentendimentos, estão as alegadas irregularidades em termos de preenchimento de requisitos do candidato Manuel Nascimento Lopes exigidos pelo estatuto da FFGB para qualquer concorrente à presidência desta maior organização futebolística nacional.
    Para estas eleições, José Medina Lobato é o único candidato aprovado pela Secretaria-Geral da Federação de Futebol para a sua própria sucessão tal como nas eleições passadas que não teve concorrente. Aliás, podem ser diferentes as alegações mas o certo é que a história está-se a repetir. Recorda-se que a candidatura de Armando Manhiça foi invalidada nas últimas eleições.
    Na manhã de hoje, viveu-se um ambiente de grande perturbação na sede da FFGB, sita no Bairro de Alto Bandim. Um número considerável de jovens afluíram em massa, protestando com o slogan “não há congresso com um único candidato – Lobato fora”.
    Estes protestos de jovens fizeram com que a Polícia de Ordem Pública disponibilizasse cerca de 25 polícias de Intervenção Rápida para acalmar os ânimos mas não conseguiu, o desfecho foi uma troca de lançar de gás lacrimogéneo pelos fardados por um lado e apedrejamentos pelos jovens por outro lado.
    Não foi fácil ao actual presidente da FFGB e candidato à sua própria sucessão e os seus apoiantes saírem da sede da Federação. Os polícias tiveram que ludibriar os protestantes, transportando Lobato na viatura de um oficial da polícia.
    Agora resta saber para quando a nova data das eleições sem problemas? A candidatura de Manelinho passa ou não passa? Qual será o desfecho destas eleições e qual deve ser uma solução consensual? Estas são algumas das questões à volta do escrutínio na FFGB.      



    Royal Air Maroc realiza dois voos semanais para Bissau




    Bissau - A companhia de aviação civil Royal Air Maroc vai realizar a partir deste mês de Dezembro de 2011 dois voos semanais entre Marrocos e a Guiné-Bissau, disse hoje (quinta-feira) bà Agencia Lusa o presidente do conselho de administração da agência da aviação civil guineense.  

     
    José António Có informou que os voos deverão iniciar-se na próxima semana. 

     
    "O avião sai de Marrocos na noite do dia 13 e chega à Bissau já na madrugada de 14 de Dezembro", disse António Có.  

     
    O embaixador guineense em Marrocos, Bubacar Ly, dizia, quarta-feira à Radio França Internacional (RFI) que o primeiro voo da Royal Air Maroc para Bissau iria acontecer hoje.  

     
    O presidente do conselho de administração da agência da aviação civil explicou que esse "seria o voo do baptismo das ligações aéreas", entre os dois países mas que já não vai acontecer hoje, por razões técnicas. "Esse voo poderá acontecer depois", frisou António Có.  

     
    De acordo com o embaixador Bubacar Ly, a Royal Air Maroc pretende voar para Bissau passando por Conakry, a capital da
    vizinha república da Guiné-Conakry. 

     
    "Numa semana o voo vai ser Casablanca/Bissau/ Conakry e vice-versa e na semana seguinte será Casablanca/Conakryi/
    Bissau e vice-versa", explicou Bubacar Ly que espera incrementar as relações económicas entre a Guiné-Bissau e Marrocos.   

     
    A Câmara do Comercio, Indústria, Agricultura e Serviços da Guiné-Bissau já tem um representante em Rabat, mandatado pelo presidente da instituição, Braima Camará, para procurar parcerias com empresários marroquinos e dar informações sobre as potencialidades do país.  

     
    "Os voos serão muito importantes para impulsionar as relações económicas entre os dois países", notou o embaixador Bubacar
    Ly.  

     
    Actualmente voam para a Bissau, as companhias TAP, os TACV de Cabo Verde e a Air Senegal Internacional, do Senegal. 



    quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

    Projecto de orçamento de 2012 de menos de 175 milhões de euros









    Bissau - O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, apresentou hoje (quarta-feira) perante o Parlamento um projecto de orçamento de 114, 5 biliões de FCFA (menos de 175 milhões de euros) para o Estado em 2012, dos quais 53 porcento a procurar junto dos investidores.


    "O governo deve procurar junto dos seus parceiros multilaterais os meios de encher esse défice" de 53 porcento, declarou Gomes aos parlamentares.

    Para 2011, o orçamento era de 102 biliões de FCFA (menos de 156 milhões de euros), com quase a mesma percentagem do deficit (52 porcento).

    O projecto de 2012 apresentado aos deputados relativo "um orçamento coerente que consagra uma boa parte ao sector social" e comporta uma "parte reserva na luta contra o banditismo, o crime organizado e o trafico de droga", explicou o Primeiro-ministro.

    Segundo ele, 44,5 porcento desse orçamento esta consagrada a educação, a saúde, as infra-estruturais sociais, combate ao banditismo, droga e o crime organizado.

    Em 2012, o governo envidará mais esforços e de investimentos para a agricultura e a energia, segundo as fontes oficiais. Ele visa em particular a transformação da castanha de caju, principal produto de exportação do país, e a cultura a grande escala do arroz, alimento de base dos bissau-guinenses.
     

    Em finais de Novembro, o ministro bissau-guinense das Finanças, José Mário Vaz tinha afirmado que a previsão de crescimento do país para 2011 era de cinco porcento (contra 3,6 porcento em 2010).

    "A tendência é de ir crescendo" e o objectivo de ter sete porcento do crescimento em 2012, havia dito a imprensa José Mário Vaz.


    terça-feira, 6 de dezembro de 2011

    Justiça nas comunidades rurais e no Estado discutida em seminário

     
    Bissau - O Instituto Nacional de Pesquisas da Guiné-Bissau (INEP) está a discutir com 50 chefes tradicionais e representantes das associações comunitárias os mecanismos práticos para a aplicação da justiça nas comunidades autóctones e no aparelho de Estado.  


     
       
    Segundo Mamadu Djau, director do INEP, um dos mais importantes centros de pesquisa da Guiné-Bissau, a questão da interpretação da justiça "é um problema grave e gerador de conflitos" entre os poderes tradicionais e o Estado. 
     
    A questão está a ser debatida no âmbito de um seminário subordinado ao tema: "Diálogo entre a pesquisa e a sociedade sobre a realidade jurídica da Guiné-Bissau", financiado pela Fundação Volkswagen. 
     
       
    Cerca de 30 régulos (autoridades tradicionais) estão reunidos no encontro, que o diretor do INEP considera que irá produzir conclusões que podem ajudar o Estado a formular melhores políticas na área da justiça, sobretudo no processo de reforma do sector. 
     
       
    Referindo-se ao "conflito" na aplicação da justiça, Mamadu Daju citou a questão da maioridade, que tem interpretações diferentes perante os poderes tradicionais e do Estado guineense. "Enquanto para o Estado a maioridade é atingida aos 18 anos, em várias comunidades isso pode acontecer aos 14 anos", friou. 
     
      
    "Em certas comunidades a maioridade de uma menina é determinada pelo físico, o que determina se pode ou não ser dada em casamento", pelos pais, acrescentou o investigador, que entende ser necessário cada vez mais que haja "um diálogo franco entre os dois poderes". 
     
       
    "Porque, de facto, é de dois poderes que se trata. Às vezes o Estado produz uma lei mas que choca com os ditames das autoridades tradicionais, às vezes aqueles têm directrizes que vão contra as normas de um Estado moderno", notou Mamadu Djau. 
     
    "É preciso encontrar-se uma ponte entre estas duas realidades interpretativas sobre os poderes e a justiça. É isso que o INEP tem procurado fazer", declarou Mamadu Daju, prometendo que as conclusões do encontro serão entregues às autoridades políticas. 


    segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

    PAIGC acusa oposição de mentiras e falsidades


     O PAIGC, partido no poder na Guiné-Bissau, acusa a oposição de divulgar "mentiras" e "falsidades" e de procurar deliberadamente "inflamar o ambiente político e criar incertezas".     


    Num comunicado saído de uma reunião da Comissão Permanente do partido, realizada no último fim de semana, o PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde) respondeu assim a um comunicado divulgado na semana passada pelos partidos da oposição, agrupados no "colectivo da oposição democrática".   

    A oposição mostrou-se satisfeita com o andamento da Justiça, pelas "recentes convocações a audições" de que o Primeiro - ministro foi alvo, e criticava o presidente a Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, que nada teria dito quando da morte de dois políticos em 2009 (Hélder Proença e Baciro Dabó), sendo Presidente da República interino.   

    A isto o PAIGC respondeu que "não passa de um delírio" da oposição, porque o Primeiro-ministro "não foi até hoje notificado nem ouvido" pelo Ministério Público a propósito dessas mortes.     

    Quanto à "ausência de posicionamento político" de Raimundo Pereira, segundo a oposição, o PAIGC responde que "não passa de uma mentira grosseira" e que a oposição só pode sofrer de amnésia.   

    "É impressionante como um pequeno grupo começa a tecer cenários e planos para aceder ao poder", depois do "falhanço das marchas e dos insultos pessoais", afirma o PAIGC. 

    Ministro da Defesa Baciro Dja visita EUA para pedir apoios


    Bissau - O ministro da Defesa da Guiné-Bissau, Baciro Djá, visita oficialmente os Estados Unidos entre terça e sexta-feira, a convite do Departamento de Estado, onde vai pedir apoios para as Forças Armadas guineenses.    


     
    "Fomos convidados pelo embaixador dos Estados Unidos residente em Dakar para visitarmos os Estados Unidos para podermos estreitar as nossas relações de cooperação a nível da Defesa", declarou Baciro Djá, antes de viajar para Washington, no domingo à noite.     

    "De concreto, vamos analisar quais os apoios que os Estados Unidos poderão dar à Guiné-Bissau no que diz respeito à destruição de munições obsoletas, apoios para construção de paióis modernos, formação de quadros militares guineenses", acrescentou o governante.     

    Acompanham Baciro Djá o vice-chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o general Mamadu Turé, e os directores dos serviços da política de Defesa e do Armamento.     

    "No fundo, a nossa visita visa criar uma nova dinâmica de relacionamento no sector da defesa e segurança entre a Guiné-Bissau e os Estados Unidos", disse.    

    O ministro acrescentou que vai procurar apoios dos Estados Unidos para um melhor controlo das águas territoriais e contra a pirataria, "um assunto que preocupa o mundo hoje (segunda-feira), sobretudo a nível do Golfo da Guiné".     

    "Temos uma grande expectativa em relação a esta nossa deslocação porque já há muitos anos que não há uma visita de um dirigente do nosso país aos Estados Unidos", concluiu Baciro Djá.     

    No passado fim-de-semana rebentou num bairro de Bissau uma munição obsoleta, que estava a ser usada para fazer uma vedação, sem causar vítimas ou danos.    

    Na Guiné-Bissau, existem ainda muitas munições do tempo da guerra, que por desconhecimento são usadas por populações para os mais diversos fins.

    domingo, 4 de dezembro de 2011

    Presidente da República recebe Relatório da Comissão Organizadora



    Conferência Nacional para a Consolidação da Paz marcada para Janeiro próximo
    A Conferência Nacional “Caminhos para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento” está prevista para os dias 14 e 18 de Janeiro de 2012. O anúncio foi feito no passado dia 17 deste mês pelo
    presidente da comissão organizadora do evento, António Serifo Nhamadjo, à saída de um encontro com o Presidente da República, a quem já foi entregue o relatório dos trabalhos.
    A reunião foi assistida pelo presidente da Assembleia Nacional Popular, Raimundo Pereira, pelo Primeiro-Ministro, Carlos Gomes Júnior, pela presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Maria do Céu Silva Monteiro e por algumas entidades religiosas e representantes dos organismos internacionais acreditados no país, nomeadamente a ONU, o UNIOGBIS, o PNUD, União Europeia, a União Africana, a CEDEAO e a UEMOA. 
    Na ocasião, o relatório foi apreciado e a data da realização desta esperada conferência foi marcada para Janeiro ao contrário de Dezembro, como tinha sido anteriormente previsto. 
    A Saída da reunião, o Primeiro-Ministro afirmou que teve oportunidades de ouvir o relatório apresentado assim como os parceiros do Governo, nomeadamente as Nações Unidas e a União Europeia, na possibilidade de apoiarem a comissão para concluir os trabalhos. 
    Questionado se o Executivo está disposto a apoiar financeiramente esta iniciativa, Carlos Gomes Júnior revelou que este trabalho é da preocupação do seu Governo, até porque este está interessado para que os trabalhos sejam concluídos a nível da diáspora e doutras regiões do país.
    Gomes Júnior qualificou o documento de excelente e o mesmo foi louvado não só pelas autoridades nacionais, mas também pelos parceiros de desenvolvimento. 
    Segundo ele, a conferência nacional servirá para que os guineenses possam discutir os problemas que têm travado as suas vidas e os conflitos cíclicos que têm assolado o progresso da Guiné-Bissau. 
    Por seu lado, o presidente da comissão organizadora da Conferência Nacional “Caminhos para a Consolidação da Paz e Desenvolvimento” afirmou que, durante dois anos de trabalhos que culminou com a apreciação do relatório que devia ser entregue há muito tempo, não foi possível por razão não desejada. 
    Serifo Nhamadjo aproveitou a ocasião para lançar apelo às entidades nacionais e internacionais no sentido de se envolverem na angariação de fundos a fim de fazer com que este processo seja uma realidade. 
    Sobre a não participação do Partido da Renovação Social (PRS) neste processo de reconciliação nacional, Nhamadjo disse que há uma necessidade de todas as forças vivas deste país participarem neste processo, lembrando que o PRS participou sempre e no início dava a sua contribuição. Prometeu que vai falar com a direcção superior dos renovadores, porque esta ideia é nacional onde se deve incluir toda a gente. 
    Por seu turno, o Bispo de Bissau também manifestou a sua alegria e da Igreja Católica, considerando que “há uma vontade de os guineenses terem um percurso que possa conduzir a uma verdadeira reconciliação e a paz definitiva”. José Camnaté Na Bissing justificou que essa vontade foi manifestada pelo Parlamento, assumido pelo Presidente da República e pelo Governo. 
    A seu ver, a data já fixada vai exigir a preparação e envolvimento de toda a população em geral, independentemente das suas convicções políticas, porque é um sinal positivo. Pediu aos guineenses para se empenharem nesta caminhada e que cada pessoa seja sincera consigo mesma. 
    José Camnaté Na Bissing chamou a atenção que este processo não deve ser superficial para os crentes, “porque isto toca nas consciências e corações dos guineenses, cada um antes de dizer aos outros os males que fizeram ou reconhecer publicamente os seus erros, que faça os esforços para um arrependimento mais profundo e que o leva a uma conversação de vontade autêntica, firmeza de mudança de atitudes e comportamentos para que as verdadeiras causas dos nossos males possam desaparecer, em primeiro lugar, nos nossos corações, na vida social, familiar, na concretização das nossas responsabilidades, nos nossos actos e comportamentos.